Thabor

Conheça aqui essa residência dos Arautos do Evangelho

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A mais antiga oração à Santíssima Virgem

Em anterior post, tivemos a oportunidade de deter-nos sobre o que foi tratado, no Curso de Férias, acerca da devoção à Santíssima Virgem. Conforme prometido, queremos continuar a transmitir-lhes outro ponto importantíssimo dessa devoção: o Santo Rosário.

Apesar de alguns historiadores considerarem o Sub tuum presidium como a primeira oração composta a Nossa Senhora – devido à recente descoberta de um documento do séc. III –, partindo da Fé nas Sagradas Escrituras, verdadeiramente podemos considerar como a mais antiga oração aquela que foi recitada, por primeira vez, pela voz de um anjo: “Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco” (Lc 1, 42); e logo depois, o cântico de Santa Isabel: “Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre(Lc 1, 42). A junção dessas duas saudações constituiu uma única oração, que, no séc. IV, já era habitualmente empregada desse modo, inclusive dentro da liturgia oriental, herdeira do apóstolo São Tiago, após o rito da Consagração.[1]

Entretanto, a piedade dos fiéis não se sentia satisfeita. Como corolário desse ato de louvor, era necessário fazer um de súplica. Por isso, paulatinamente, foi sendo acrescentada uma segunda parte: “Santa Maria, Mãe de Deus; rogai por nós pecadores; agora e na hora de nossa morte”. Estava assim composta a “Ave Maria” como a conhecemos até hoje, a qual somente foi introduzida na liturgia do Ocidente, de maneira oficial, pelo Papa São Pio V em 1568, com a publicação do Breviário Romano. Mas, desde longa data, já era uma prece comum na Igreja Católica.

O Santo Rosário O fato de as palavras da Ave Maria serem tão gratas à Santíssima Virgem, impeliu os cristãos a multiplicarem o número de vezes da sua recitação, na esperança de se tornarem, como que, um eco daquelas saudações evangélicas que tanto A encheram de alegria. Assim, à imitação do devocionário mais famoso de todos os tempos, o Livro dos Salmos, criou-se então o costume de rezar um total de 150 Ave Marias,[2] as quais depois foram divididas em dezenas, encabeçadas pelo Pai Nosso, meditando-se em cada uma delas um dos principais mistérios da nossa Redenção. Assim nasceu o Santo Rosário, o qual é uma “síntese de todo o Evangelho”.[3] Ele é um tesouro de espiritualidade, Teologia e Doutrina Católica.

No Curso de Férias, as excelências desta oração foram ensinadas por meio de um impressionante teatro sobre São Domingos de Gusmão. No séc. XIII, o sul da França foi assolado pela heresia catara que pervertia muitos católicos. O Divino Espírito Santo suscitou, então, esse homem providencial, fundador dos Dominicanos, para fazer frente a semelhantes erros. Quando se encontrava numa das principais cidades cátaras, desencadeou-se uma tempestade terrível, a qual parecia que ia dizimar a população. Todo o povo apavorado correu para a catedral à procura de refúgio. Ao cruzarem o limiar da porta, os sinos do templo começaram a repicar sozinhos e uma imagem de Nossa Senhora, de forma miraculosa, abaixou seu braço, apontando com o indicador na direção dos presentes.

Todos, sem saber como aplacar a cólera divina, acorreram a São Domingos pedindo-lhe que intercedesse perante Deus para obter o perdão dos pecados deles, causa de tão terrível castigo. Vendo neles um arrependimento sincero, o Santo tomou o seu Rosário, que há pouco recebera das mãos da própria Bem-aventurada Virgem, e asseverou-lhes ser esse o meio revelado pela bondade maternal de Maria, a fim de aplacar a infinita justiça de seu Filho. Tão só desfiavam as primeiras contas, o apocalíptico temporal acalmou-se e, terminada a oração, os vitrais da catedral começavam a ser iluminados por alvissareiros raios solares. Nesse momento, o terrível e santo dedo da imagem que os apontava ergueu-se para assinalar novamente na direção do Céu.

Esse belo fato, até com os seus mínimos detalhes (trovões, sinos e dedo que aponta), foi encenado magnificamente. Mas, junto a ele, foi apresentado também outro episódio da vida de São Domingos no qual ele exorcizava, através da oração do Rosário, um homem possuído por quinze mil demônios. No final do exorcismo, o santo obrigou os espíritos maus a confessarem quem era a pessoa que mais lhes causava desgostos e arruinava seus planos. Então, os demônios, depois de muito esbravejarem, tiveram de pronunciar o santíssimo nome de Nossa Senhora, para logo depois fugirem espavoridos.

Esse foi mais um abençoado dia de Curso de Férias!

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara


[1] Cf. Reus, João Batista. Curso de Liturgia. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1952, p. 54; Messori. Vittorio. Hipótesis sobre María: hechos, indicios, enigmas. Tradução de Lourdes Vásquez. Madrid: Libroslibres, 2007, p. 266.

[2] O Beato João Paulo II acrescentou mais cinquenta Ave Marias a esse número, ao incluir no Santo Rosário os mistérios Luminosos.

[3] Catecismo da Igreja Católica, n. 917.

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Mais 125 panamenhos

Na terça-feira 23 de Julho, o número dos peregrinos que estiveram de passagem pelo Thabor, rumo à Jornada Mundial da Juventude, aumentou para 475 pessoas, graças à visita de um grupo de 125 panamenhos. Membros todos do Caminho Neocatecumenal, chegaram por volta das 14:00 hs., dirigindo-se imediatamente para a basílica de Nossa Senhora do Rosário, onde receberam breve explicação sobre o carisma e espiritualidade dos Arautos do Evangelho. Era a primeira vez que muitos pisavam em solo brasileiro e, para outros, também era desconhecida essa Associação Internacional de Direito Pontifício.

Encantados pela beleza do templo, logo depois, participaram da Santa Missa, presidida pelo Pe. Manuel Herrada e concelebrada por três sacerdotes neocatecúmenos. Nela foram entoados cantos gregorianos pelo coro do Thabor, ocasionando agrado na assembleia. Muitos dos assistentes, após a Consagração, permaneceram devotamente de joelhos até o momento da Comunhão. Alguns sacerdotes arautos também ministraram o Sacramento da Penitência, nos confessionários localizados dentro da própria basílica e, antes da bênção final, o dirigente do grupo de panamenhos, um espanhol que reside em Roma com a sua família, brindou os arautos com um harmonioso cântico dedicado à Santíssima Virgem.

Os 125 visitantes também foram presenteados com escapulários do Carmo, abençoados e entregues, um a um, pelas mãos dos clérigos presentes. Muitos dos que recebiam a piedosa prenda mariana estavam emocionados até as lágrimas, deixando depois, por escrito, pedidos de oração e agradecimentos.

Apesar da repentina onda de frio que está soprando, nesta semana, pelo sul do Brasil, o calor da recepção e a vivacidade dos panamenhos aqueceram a Fé nas almas desses membros de dois povos localizados em extremos opostos da nossa América austral.

Texto: Sebastián Correa Velásquez

Fotos: Alejandro López Vergara

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Italiano: nesse dia, a língua mais falada no Thabor

Segunda-Feira, dia da chegada do Papa Francisco ao Brasil, o Thabor teve a oportunidade de receber a visita de 250 peregrinos italianos, especialmente da região de Abruzzo e da ilha de Malta. Estavam de passagem por São Paulo, para, em breve, dirigirem-se ao Rio de Janeiro, a fim de se encontrarem com Sua Santidade.

Foi um verdadeiro encontro de carismas, pois a numerosa comitiva fazia parte do Caminho Neocatecumenal, e os Arautos do Evangelho acolheram-nos, precisamente, na clave dada pelo Santo Padre em seu primeiro discurso pronunciado em solo brasileiro: “Ninguém se sinta excluído do afeto do Papa”.[1]Os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira”,[2] e o Thabor, quanto lhe cabia, também alargou os seus “braços” para acolher, no transcurso de uma semana, pelo menos 350 pessoas que vieram para participar da Jornada Mundial da Juventude.

Nossos visitantes italianos chegaram ao Thabor por volta das 9:30 hs. Desceram dos cinco grandes ônibus nos quais tinham vindo e, já na porta dos veículos, foram acolhidos por um grupo de arautos do Thabor, com os quais puderam trocar as suas  primeiras impressões. Cruzando a praça frente à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, caso viessem com algum leve cansaço, por causa da extenuante viagem, logo desapareceu ao se depararem com a fachada do belo templo.

Algumas palavras de acolhida foram-lhes dirigidas pelo Diác. Dartagnan Alves de Oliveira e, em seguida, quem encabeçava o grupo dos neocatecumenais também lhes fez um convite à gratidão, por um lado, para com Deus que dispusera trazê-los até esse lugar e, por outro, para com esses jovens que os acolhiam tão amavelmente. Tudo fruto do amor a Deus – dizia ele –, “viemos de longe, nem nos conheciam e, entretanto, somos objeto de toda esta atenção”.

Às 10:30 hs., teve lugar a Santa Missa, celebrada pelo Pe. Mauricio de Oliveira Suzena, sacerdote Arauto do Evangelho e ex-pároco de uma paróquia na Itália. Logo após a Eucaristia, a banda do colégio internacional Arautos do Evangelho ofertou um pequeno concerto musical ao numeroso grupo de peregrinos, que os deixou enormemente agradados, pedindo mais de um bis e aplaudindo com entusiasmo no final da apresentação. O solo de percussão, de autoria dos próprios estudantes, parece ter especialmente feito vibrar as cordas internas dos naturais dessa nação de músicos que é a Itália.

Não podia faltar também a boa mesa. Por volta das 12:30 hs., foi-lhes servido um almoço no refeitório do Thabor, onde ainda estava montado o cenário do Curso de Férias, o qual finalizara no sábado passado. Terminada a refeição, depois de alguns instantes de agradecimentos, os visitantes se despediram efusivos, fazendo numerosos pedidos de orações e perguntas sobre como entrar em contato com os Arautos do Evangelho na Itália e em outros países do mundo.

 

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Alejandro López Vergara

 

[1] Palavras do Papa Francisco no seu discurso durante a cerimônia de boas-vindas ao Brasil em 22 jul. 2013.

[2] Idem.

 

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Magnífico tesouro da misericórdia divina

Mais uma vez São Bernardo de Claraval apareceu no Curso de Férias e, dessa vez, para dar mostras da devoção que, durante a sua vida, mais lhe emocionava a alma: o amor à Mãe de Deus. Foi uma cena emocionante ver a representação do santo abade entrar pelo corredor central do auditório, entoando a Salve Regina – belo canto gregoriano dedicado à Virgem Maria. Historicamente, nessa ocasião, viajava em direção ao soberano do Sacro Império Romano Germânico, a fim de convocá-lo para uma importante missão encomendada pelo Santo Padre. No local do encontro, São Bernardo teve um êxtase, quando terminava de pronunciar as últimas palavras da Salve Regina: “Nobis post hoc exilium ostende”. Então, levado pela graça mística, o santo acrescentou a tríplice invocação final que até hoje conservamos: “O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria”. Nesse sublime momento, São Bernardo também levitou, detalhe esse que foi reproduzido no teatro, para surpresa de todos os presentes. Assim iniciou o dia do Curso de Férias dedicado à devoção a Nossa Senhora, tema que não poderia faltar, pois é um dos pilares do carisma dos Arautos do Evangelho.

No Antigo Testamento há diversos sinais precursores da Mãe de Deus, os quais palidamente anunciavam as excelências dessa criatura inigualável que devia trazer-nos o Redentor. Um desses prenúncios também se fez presente no palco: o relógio de Ezequias, rei de Judá. Esse monarca estava gravemente enfermo e o profeta Isaías veio ao seu encontro anunciando-lhe a certeza da morte e que, portanto, deveria pôr em ordem o seu reino. O soberano começou a chorar arrependido e suplicava a Deus se dignasse curá-lo. A palavra do Senhor foi novamente dirigida a Isaías o qual anunciou a Ezequiel que Deus ouvira o seu clamor e lhe devolveria a saúde. O mensageiro divino deu-lhe um sinal, para confirmar a veracidade da sua profecia: o relógio solar propriedade do rei recuaria miraculosamente dez graus! É preciso dizer, a equipe de retaguarda do Curso de Férias também conseguiu fazer esse milagre… O relógio de Ezequias recuou no tempo e tornou-se um símbolo de Nossa Senhora, a qual, pelo alto grau da sua fé, esperança e amor, antecipou-nos a vinda do divino remédio que curaria todas as nossas enfermidades.

Já no Novo Testamento, nas passagens do santo Evangelho em que a Santíssima Virgem aparece, transluz a imensa predileção e riqueza de privilégios com os quais Deus quis favorecê-La. Só o “Ave cheia de graça” (Lc 1, 28), pronunciado pelo anjo, aponta o oceano de amor divino que cumulou Nossa Senhora. Sem embargo, esses mesmos episódios são também como as pontas de um véu que discretamente se levantam, deixando entrever o tesouro de misericórdia que, em Maria, Jesus reservava para dá-lo a conhecer à humanidade, ao longo dos tempos.

A Assunção de Nossa Senhora é o único dos dogmas marianos do qual não há referências diretas no Evangelho. Entretanto, ele é atestado pela Sagrada Tradição, por inúmeros Padres da Igreja e escritores eclesiásticos da época apostólica. Ele também é decorrência direta do privilégio da Imaculada Conceição. No Curso de Férias foi montado um quadro vivo magnífico, representando os Apóstolos no momento da Assunção de sua Santíssima Mãe. Um detalhe, cuja veracidade não é totalmente provada, mas que não deixa de mostrar a torrente de misericórdia de Nossa Senhora, foi o fato de São Tomé ter chegado atrasado a essa sublime passagem para o Céu da Santíssima Virgem e, por isso, Ela lançou-lhe seu belo cinto, por um ato de bondade, antes de desaparecer nas altitudes celestes. Por meio dessa prenda, Nossa Senhora fazia um ato de agrado ao apóstolo, a fim de que a dor por ter perdido o último convívio com Ela, não lhe partisse o coração.

As excelências da Ave Maria e do Santo Rosário também foram consideradas na reunião desse dia. Não deixem de ver o próximo post, no qual lhes contaremos as outras surpresas que o Curso de Férias nos preparara.

Texto: Sebastián Correa Velásquez

Fotos: Alejandro López Vergara e Thiago Tamura Nogueira

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Um dia “sem teatro”

Tínhamos interrompido um pouco a narração do desenvolvimento do Curso de Férias, em primeiro lugar, para contar-lhes a importante visita eclesiástica que recebemos na sexta-feira e, em segundo lugar, para destinar um post especialmente aos pais de família dos participantes, a fim de contar-lhes como transcorria um dia de seus filhos, no Thabor.

Queremos, pois, continuar o relato dos demais teatros que marcaram esses dias. Nos últimos posts a esse respeito, estávamos considerando as petições do Pai Nosso, ao qual foi dedicada a terça-feira do Curso de Férias. Ora, o dia seguinte foi bastante diferente e parecia desviar-se um tanto do tema da oração.  Por certo, o Cardeal de Madrid com os Bispos que o acompanhavam não foram os únicos personagens da vida real que, ao longo desta semana, fizeram-se presentes no palco… Na Quarta-Feira, com efeito, não houve teatros, mas houve a apresentação de realidades: o dia-a-dia de um arauto do Thabor.

A reunião começou com um solene cortejo de vários arautos revestidos de bela capa branca, os quais recitavam, em canto gregoriano e língua latina, a ladainha do Sagrado Coração de Jesus. Algo inesperado para todos os assistentes, pois o tema da vida comunitária, à qual a grande maioria deles ali aspira, até agora não tinha sido apresentada dessa maneira.

Foram realizadas as mais variadas cenas como, por exemplo, uma refeição com todas as suas peculiaridades: cântico das orações iniciais; o costume de um leitor, nesses momentos, transmitir a todos algum texto edificante; o belo cerimonial para os que chegam atrasados à refeição explicarem o motivo da sua demora; o modo de pedir aos servidores algum alimento. Em fim, o intuito era mostrar aos assistentes que todos esses e tantos outros detalhes visam incutir num arauto do Evangelho a importância de conservar a compostura, mesmo quando está comendo, e elevar sempre a sua mente para a sublime vocação que todo batizado tem, devendo comportar-se como um digno filho de Deus.

Em outra etapa da reunião, foi demonstrado um ensaio de cerimonial, no qual era treinado o passo de desfile muito utilizado no célebre alardo das aulas, durante o período letivo do colégio internacional Arautos do Evangelho. Assim, em pleno Curso de Férias, deu-se uma cena inédita: uma fileira de arautos, revestidos do característico traje de treinos (camisa vermelha e calça azul), entrou correndo pela passagem central do auditório e posicionou-se no palco. Depois de algumas instruções dadas por quem os comandava, foram executadas diversas movimentações e, para surpresa dos presentes, em certo momento, dois daqueles que desfilavam tiveram de ausentar-se e foram convidados voluntários da plateia para completarem os seus lugares. Dois jovens, tendo afirmado categoricamente que saberiam executar as ordens, posicionaram-se nos espaços vagos, mas, ao ouvirem a primeira voz de comando, empalideceram ao verem que se tratava de algo real e não era teatro. Sem embargo, apesar da inexperiência, improvisaram muito bem e, graças à sua demonstração de coragem, acabaram por ganhar o aplauso dos assistentes.

Outros pontos como a maneira de vestir o hábito, o modo de arrumar a cama, a ordem dentro do armário, foram também didaticamente abordados nesse dia. A certa altura da exposição, abriu-se o telão e viram-se três camas, três armários, criados-mudos e, em pé, os arautos a quem lhes correspondiam esses móveis. Um deles tinha recém chegado ao Thabor e nada sabia a respeito do Ordo de Costumes dos Arautos do Evangelho. Por isso, o outro o instruía pormenorizadamente sobre a organização dos seus objetos pessoais. Entretanto, havia outra cama desarrumada e, mais uma vez, foram convidados alguns assistentes para cruzarem as cortinas e desempenharem a função de deixá-la em perfeita ordem. Foi um mistério se passaram ou não pela prova…

Em fim, outros momentos da vida quotidiana do Thabor fizeram-se presentes nessa abençoada manhã de Curso de Férias!

 

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara

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Aos pais destes felizes jovens

Como será um dia de meu filho no Curso de Férias dos Arautos?”, pode estar se pergunta um dos pais ou uma das privilegiadas mães cujo filho está passando estes dias com os Arautos do Evangelho, no Thabor. Por isso, às famílias destes jovens é que dedicamos especialmente o presente post.

Quando os raios do sol estão começando a dar vida às pedras da praça em frente à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, dezenas, senão centenas de jovens começam a descer de seus veículos, dirigindo-se para esse belo templo, a fim de iniciarem a sua jornada de férias com a assistência à Santa Missa.Cânticos gregorianos, Confissões, uma curta homilia por causa do tempo, Comunhão e, ao terminar a celebração, enormes fileiras conformadas pelos participantes do Curso caminham em direção ao auditório, ao som da banda do Thabor, a qual faz soar variadas sequências de marchas, com ritmos próprios a despertar a vitalidade e ânimo dos jovens.

Tendo chegado ao local da exposição, dispõem-se ordenadamente por grupos, conforme a nação ou a cidade à qual cada um deles pertence, e começa, com uma breve prece e às 10:00 hs, em ponto, a esperada exposição cujo tema é sempre uma incógnita. A respeito das matérias tratadas a cada dia, os leitores já têm à disposição, neste blog, uma boa quantidade de posts. Ainda estamos por compartir-lhes outros, mas primeiro queríamos satisfazer a apetência de muitas mães e pais de família que querem ver, nas fotografias, seus filhos participando do Curso de Férias. Sem embargo, quando menos esperem, pode acontecer que um dos participantes seja convidado a fazer parte de alguma encenação…

Às 11:15 hs, há um intervalo de 45 minutos, no qual todos, além de tomarem lanche, podem trocar as impressões que lhes causaram as belas cenas observadas, ao longo da reunião. Com o toque do carrilhão da Basílica ao meio dia, retoma a segunda parte da exposição, a qual irá finalizar entre 1:15 e 1:30 hs. Nesse momento da partida, o som das incontáveis vozes que comentam as graças recebidas em mais um dia de Curso, parece tomar todo o Thabor e, aos poucos, esse forte murmúrio vai diminuindo, diminuindo cada vez mais… Até que o último veículo lotado jovens deixa o Thabor. No dia seguinte, reencontrar-nos-emos novamente, com mil surpresas e inéditos comentários nestes abençoados momentos de Curso de Férias.

Todos os participantes querem calorosamente cumprimentar seus pais, aqueles que por algum motivo não puderam vir e todos os que, de certa maneira, estão nos acompanhando pelo blog thabor. arautos.org

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López

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Um Cardeal e três Bispos no palco; e dessa vez eram de verdade!

Nesta sexta-feira, último dia das apresentações teatrais, o Curso de Férias  recebeu uma visita importantíssima: o Cardeal, Arcebispo de Madrid, D. Antonio María Rouco Varela, acompanhado de um dos seus Bispos auxiliares, D. Fidel Herráez Vegas, do Bispo de Lugo, D. Alfonso Carrasco Rouco, seu sobrinho,  e do Bispo auxiliar de Getafe, D. José Rico Pavés.

Chegaram ao Thabor por volta de 13:00 hs, em pleno andamento da cena final da programação. A honrosa visita dirigiu-se ao palco, donde dirigiu umas emotivas palavras aos 750 jovens que se apinhavam no auditório, surpresos pela inesperada aparição de tão eminente autoridade eclesiástica. O Cardeal Rouco iniciou falando sobre a importância da santidade para aqueles que têm a missão de serem Arautos do Evangelho, ou seja, mensageiros de Jesus Cristo.

Depois, convidou os ouvintes a levantarem o braço conforme ele chamasse o país da sua respectiva procedência. Evidentemente, o número de brasileiros superou as demais nacionalidades ali presentes. Para finalizar, animadamente e com a vitalidade característica do povo espanhol, D. Antonio María entoou algumas músicas, tanto em castelhano como em português, sendo acompanhado por todos e, inclusive, pela orquestra do Curso de Férias.

O Cardeal, a seguir, visitou a Basílica de Nossa Senhora do Rosário com toda a comitiva que o acompanhava e, às 14:00 hs, foi-lhes servido um almoço bastante apetitoso, preparado com esmero pelos dedicados cozinheiros do Thabor, para tão importantes prelados.

 

Pouco mais tarde, às 5:45, houve uma solene celebração eucarística na qual todos os Bispos e Sacerdotes, concelebraram com Sua Eminência, na Basílica.

Terminada a Santa Missa, houve um acolhedor jantar, em agradecimento pela honra concedida aos Arautos de Evangelho do Thabor, de receberem, durante esse dia, tão importante visita, cujo destino final é a Jornada Mundial da Juventude que iniciará na próxima segunda-feira.

 

 

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Alejandro López Vergara

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O pão nosso de cada dia nos dai hoje!

Sem o alimento não é possível a vida! Caso ele venha a faltar-nos, logo nos acometem debilidade e doenças, quando não a morte. Também é assim a nossa alma, cujo “alimento” é a oração. Se esta é abandonada, não tarda a vontade em enfraquecer-se, cedendo lugar às enfermidades do pecado, fazendo-se necessária a medicina espiritual da Confissão. Ora, quanto empenho dedicamos diariamente ao corpo, a fim de não o vermos fenecer! Por que não havemos de cuidar com igual esmero daquela que é imortal e a parte mais importante do nosso ser? Sem a oração não é possível a vida eterna, por isso, “bem sabe viver, quem sabe rezar bem”.

Em anterior post tivemos a oportunidade de considerar as três primeiras petições do Pai Nosso. Continuando a sequência das súplicas dessa perfeitíssima oração, vejamos como foi apresentada cada uma delas na terça-feira desta semana de Curso de Férias.

Antes, é preciso dizer: até no lanche, esses jovens aprenderam o que quer dizer a quarta súplica do Pai Nosso:

“O pão nosso de cada dia nos dai hoje” – Nesta súplica, não pedimos somente o pão que um dia fenece, ou seja, os meios necessários para o nosso sustento material, mas, uma vez que devemos praticar a virtude da Justiça, cumprindo em tudo a vontade de Deus, só o conseguiremos por meio da assistência diária da sua Divina Graça, especialmente quando recebemos o “nosso” Pão da Vida: a Sagrada Eucaristia.

5o “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” Imploramos a Deus perdão por todas as ocasiões nas quais trocamos a sua amizade pelo amor desregrado a alguma criatura, cometendo algum pecado. E, como penhor para sermos atendidos, oferecemos-Lhe o sacrifício do nosso orgulho, perdoando aqueles a quem Ele mesmo está disposto a perdoar.

Uma das cenas mais tocantes do Curso de Férias, até agora, foi uma que versou sobre o perdão. Perdoar um amigo é belo, mas o perdão que desce do alto, o perdão de um pai tem um pulchrum monumental. As figuras do filho pródigo e do bondoso pai que perdoa a sua infidelidade fizeram-se presentes no palco. Essa narração contida no Santo Evangelho “é uma parábola de emocionar, porque tem um luxo de detalhes que só mesmo a Sabedoria Divina poderia conceber. Uma parábola célebre! Uma das mais belas parábolas que Nosso Senhor tenha criado!”.

Dispensamo-nos aqui de contá-la, pois, além de ser muito conhecida, a qualquer momento os leitores podem ter acesso a ela no Evangelho (Cf. Lc 15, 11-31). Queremos apenas apresentar-lhes os personagens:

O filho pródigo que pede a herança para desperdiçá-la em prazeres, mas que, tempo depois retorna arrependido.

O bondoso pai que, diante da hostilidade do filho, tem de dar-lhe parte da sua herança, mas depois o acolhe novamente com enorme alegria.

O filho mais velho que ficou cheio de inveja diante da paternal acolhida de seu irmão arrependido.

O dono dos porcos que dá emprego ao jovem, quando ficou relegado à miséria de se alimentar das bolotas desses animais.

6o “E não nos deixeis cair em tentação” – Tendo reconhecido a nossa debilidade, pedimos a Deus a fortaleza necessária para não ofendê-Lo nunca mais e que a vitória sobre as tentações aumente a nossa firmeza no bem.

7o “Mas livrai-nos do mal” – A Oração do Senhor encerra-se com uma cláusula que nos recorda não ter nenhum poder sobre nós o Maligno, se não lhe é dada uma permissão do alto. E são precisamente os nossos pecados os que arrancam essa autorização divina, pela qual Deus permite o sermos castigados pelo demônio, com tentações e tormentos, os quais também servem para pagarmos parte da pena devida às nossas faltas. Por isso, nesta súplica, pedimos também o ser libertos do pecado, a fim de que o autor do mal não possa jamais nos prender com os seus laços.

Essas duas últimas petições do Pai Nosso foram encenadas num atraente teatro da vida cotidiano de um grupo de estudantes, das mais variadas índoles: responsáveis, preguiçoso, briguentos etc. Numa sala de trabalhos, além dos jovens, fazem-se presentes dois espíritos, invisíveis na vida real: um anjo e um demônio. O primeiro incentivava concórdia, bom trato, responsabilidade, pensamentos puros naqueles estudantes. O segundo, pelo contrário, incitava discórdia, brutalidade, irresponsabilidade, maus pensamentos nas mentes dos jovens. E, graças à oração, esses que eram perturbados pelo demônio conseguiram vencer a tentação e viram-se livres do mal.

Desse belo segundo dia do Curso de Férias, todos os presentes puderam sair do auditório com uma verdade gravada no fundo da alma: Quem conforma a sua vida segundo os princípios contidos no Pai Nosso é um perfeito cristão! Esperemos, pois, que não passe um dia da nossa existência sem o recitarmos. O Pai Nosso já nos acompanha desde o começo da nossa caminhada rumo à salvação, quando no Batismo os nossos padrinhos o rezaram, e será ele que nos despedirá deste mundo, quando o sacerdote o recitar, enquanto o nosso corpo desce para a sua última morada.

 

Fotos: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara

Texto: Sebastián Correa Velásquez

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A oração perfeita

O segundo dia do Curso de Férias iniciou com uma cena sublime: Nosso Senhor Jesus Cristo ensinando os seus discípulos a rezar. “Eis como deveis rezar: Pai Nosso que estais no Céu” (Mt 6, 9). Mais de quatro mil anos tinham se passado, no início dos quais a humanidade provocara a sua própria “orfandade” por haver pecado. Tão consoladora expressão – “Pai Nosso” – só poderia brotar, com toda a propriedade, dos lábios do Deus encarnado que quis assumir a nossa carne e, em nosso meio, dizer: “Filhinhos! Doravante, chamai-me novamente de Pai!”. Cristo fazia uma revelação inaudita: “A todos aqueles que O receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 12), “e nós o somos de fato” (1 Jo 3, 1)!

As petições da oração do Pai Nosso são como as sete cores que conformam o arco-íris de uma nova aliança entre o Céu e a Terra, um caminho luminoso que nos conduz diretamente aos tesouros da misericórdia divina. As três primeiras súplicas exercitam no cristão as virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade), porque se dirigem diretamente a Deus: “o vosso nome, o vosso Reino e a vossa vontade”; as quatro restantes imploram, no seu conjunto, proteção e auxílio divinos na prática das virtudes cardeais (Justiça, Temperança, Fortaleza e Prudência), e constituem propriamente o apelo dos filhos a seu divino Pai: “dai-nos, perdoai-nos, não nos deixeis cair e livrai-nos”.

Na Oração do Senhor, antes dos pedidos, invocamos com fé a quem eles se dirigem – “Pai Nosso, que estais no Céu” – e em seguida os fazemos:

“Santificado seja o vosso nome” – Pedimos o mais importante, ou seja, a glória de Deus, que Ele seja conhecido e reverenciado por todos.

Para explicar aos jovens participantes do Curso de Férias essa obrigação de todo cristão santificar o nome de Deus, foi encenado um episódio tocante: a morte de Eleazar, um ancião do povo eleito na época do domínio grego em Jerusalém, no séc. II a.C, narrado pelo livro dos Macabeus. Nessa época, os costumes pagãos dos helenos foram impostos à força. Muitos hebreus apostataram da verdadeira Religião e se profanaram adotando os modos gregos. Eleazar, aos seus 90 anos de idade, foi ameaçado de morte se não comesse, em público, carnes impuras, o que no Antigo Testamento era proibido por Deus. Heroicamente, o ancião recusou-se a comer, para não desonrar o Santo Nome de Deus e tornar-se motivo de escândalo para os outros mais jovens. Por isso, foi morto de maneira atroz.

“Venha a nós o vosso Reino” – O nosso segundo maior desejo é que todos possamos participar da eterna glória de Deus e, para isso, impulsionados pela esperança, pedimos a expansão da Santa Igreja Católica, por todos os confins do mundo, e imploramos, o quanto antes, a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que Ele reine definitivamente sobre todos os povos.

“Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu” – Mas, para que os homens mereçam entrar na glória celestial, pedimos que todos observem os Mandamentos da Lei de Deus.

Muito didaticamente, essa terceira petição do Pai Nosso foi exemplificada com um pequeno conjunto de instrumentistas, os quais, sob a batuta do regente, deveriam interpretar uma bela peça musical. Sem embargo, nunca eram bem sucedidos no seu intento, pois sempre aparecia um problema: um oboé entrava antes do sinal do regente, outra vez, uma trompa desafinava na primeira nota ou, em outra tentativa, um violoncelo tocava com a partitura errada… Por fim, eles conseguiram entrar em acordo e, seguindo com fidelidade as indicações dadas por quem regia, o som de uma magnífica harmonia agradou os ouvidos de todos os presentes.

Mas, o que tem a ver isso com a petição “seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu”? É muito simples! Para a música sair perfeita era indispensável a junção de três elementos: fazer a vontade do regente, tocar com a partitura certa e realizar o esforço necessário para tirar um belo som do instrumento. Sem dúvida, a vontade do regente era que a música fosse eximiamente executada pelos instrumentistas, ao lerem a partitura correta.

Algo semelhante sucede com os homens: para nós executarmos a magnífica “música” da vontade de nosso “Divino Regente”, Ele mesmo nos concedeu um “instrumento” sobrenatural chamado Graça e nos deu uma “partitura” claríssima chamada Os Dez Mandamentos da Lei de Deus.

Neste post contemplamos as três primeiras súplicas do Pai Nosso, por meio das quais todo cristão pede forças para praticar as virtudes que se dirigem diretamente a Deus: a Fé no seu Santo Nome, a Esperança de alcançar o seu Reino e a Caridade, ou seja, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Cf. Mc 12, 30-31), resumo de toda a Lei.

Num próximo post, teremos a oportunidade de nos deter a respeito das outras quatro súplicas que faltam. Não o perca!

Texto: Sebastián Correa Velásquez

Fotos: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara

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Decifrando o criptograma de Pompeia

Num post do dia de ontem (ver Segundo dia do Curso: O criptograma de Pompeia), convidávamos os leitores a descobrir o significado desse misterioso criptograma.

Caso não tenham conseguido decifrá-lo, os expositores do Curso de Férias nos fizeram esse favor. Compartilhamos aqui um curto vídeo contendo os magníficos segredos de tão antiga inscrição.  Como fundo musical da apresentação, ouvirão um trecho do Credo gravado pelo coro internacional dos Arautos do Evangelho.

Até mais, e rezem pelo Curso de Férias! Estamos entrando na reta final.

 

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Um vietnamita no meio de espanhois

Na segunda-feira desta semana, iniciou-se o Curso de Férias, e com importantes visitas! O primaz da Espanha, Arcebispo de Toledo, D. Braulio Rodríguez Plaza, esteve no Thabor com grande comitiva de sacerdotes e jovens. É verdade que o destino principal desse honroso grupo era o Rio de Janeiro, para o evento mundial que lá terá lugar na semana entrante. Sem embargo, não esperavam encontrar, no Thabor, uma “pré-jornada” com proporções verdadeiramente internacionais: 750 jovens provenientes de Paraguaia, Canadá, El Salvador, Índia, Colômbia, Peru, Espanha, Chile, e de diferentes cidades do Brasil como Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Joinville, Montes Claros, Juiz de Fora, Vitória, Campo Grande, Cuiabá, Pernambuco, Campos, Nova Friburgo, São Carlos, São Paulo, entre outras localidades.

Em meio às inúmeras peças de teatro que tivemos de desempenhar no Curso de Férias, também devíamos receber, com toda cortesia, esses nossos longinquos visitantes. Alguns dos arautos do Thabor fomos designados especialmente para estar com eles, e eu pensei comigo mesmo: Que vou conversar com tão ilustres representantes dessa terra de heróis que é a Espanha? A respeito de São Fernando de Castela ou de Santa Teresa de Ávila? Ou, talvez, sobre a época dos descobrimentos? Eu, “tímido” como sou, que nem domino plenamente o português – porque sou vietnamita –  quanto saberei comunicar-me em espanhol! Nesse momento, lembrei-me das aulas de Liturgia que tive no último semestre, no Instituto Teológico dos Arautos do Evangelho. O professor, precisamente, encomendara-me uma exposição sobre o rito Moçarabe, e então decidi: “esse será o tema da minha conversa”!

Querem saber se consegui sair-me bem do outro lado? Convido-os a fazer uma pequena viagem à magnífica Catedral de Toledo.

Quando eu tive a oportunidade de lá estar, subindo as colinas que conduzem a esse belíssimo templo, deparei-me com o quadro magnífico que, até hoje, qualquer um dos visitantes pode observar: ruas de pedra, armaduras de ferro e, dominando o conjunto da urbe, um sobranceiro castelo chamado “El Alcazar”, com mil e uma histórias para contar! Tudo é belo e memorável nessa antiquíssima cidade!

Entrando na Catedral, estávamos encantados pela coloração dos vitrais e, de repente, uma cena tocante chamou-nos a atenção: um sacerdote, de joelhos diante dos seus paramentos, um tanto diferentes do comum, preparava-se para revesti-los recitando quatro Ave Marias. Nunca tínhamos visto algo semelhante! Permanecemos, pois, atentos à sua curiosa atitude e, logo que o clérigo se dirigiu ao altar-mor, já revestido a caráter e sem ainda subir os degraus, elevou mais uma Ave Maria à Santíssimas Virgem. Aproximando-se do altar, osculou-o, saudando com estas comovedoras palavras a Cruz sobre ele colocada: “Ave ó Cruz preciosa que ao Corpo de Cristo és dedicada e dos seus Membros, como de pérolas, és ornada”.

Era Solenidade de Corpus Christi. Começamos então a averiguar, se, por ocasião dessa data, havia algum privilégio litúrgico para realizar tão belas ações dentro da Santa Missa. Um dos fiéis, que devotamente ali rezavam, explicou-nos: “trata-se do rito Moçárabe, o qual pode ser usado, no altar-mor, três vezes por ano, entre as quais se encontra a comemoração de hoje!”. Muito satisfeitos pela resposta, e felizes pela coincidência de ali nos encontrarmos nesse dia, quisemos permanecer até o fim da Eucaristia, podendo observar várias diferenças – por certo, muito belas – entre o rito Romano, comumente usado no Ocidente, e esse de nome Moçárabe – também lhes explicarei o porquê.

Encantou-nos o fato de o Credo ser recitado após a Consagração, enquanto o celebrante sustenta, de frente para o público, uma enorme patena com a hóstia proporcional ao seu suporte, e o cálice, o qual também não fica aquém em matéria de tamanho. A finalidade detalhe do cerimonial é apresentar aos fiéis, enquanto proclamam o Símbolo da nossa Fé, a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que atestem com igual convicção tão sublime Sacramento.

Outro momento que cativou muito a nossa simpatia, em relação esse rito da Igreja Católica, foi a fractio Panis, na qual o Sacerdote divide a hóstia para comungar. No rito Romano a sagrada espécie é fracionada apenas pela metade. No Moçarabe ela é dividia em nove partes, cada uma simbolizando um dos principais episódios da nossa Redenção, na seguinte ordem: Corporatio (Encarnação), Nativitas (Nascimento), Circunciso (Circuncisão), Apparitio (Aparição), Passio (Paixão), Mors (Morte), Resurrectio (Ressurreição), Gloria (Glória), Regnum (Reino).

A minha narrativa muito estava cativando a atenção e simpatia dos nossos ibéricos visitantes, especialmente os que eram da cidade de Toledo. No entanto, não foi com a mesma simpatia que um dos encarregados das peças de teatro veio chamar-me desesperado, pois era o momento de entrar em cena e eu estava atrasado… Bem, por isso também, encerro esta redação, caros leitores que, neste momento, tornaram-se para mim “os espanhóis” aos quais dirigia a minha descrição sobre o rito Moçarabe… Até a próxima, tenho de sair correndo, pois não podemos atrasar os preparativos para o dia de amanhã, que promete muito! Por favor, perseverem na oração pelo Curso de Férias!

FOTOS: Pe. José Luís de Zayas e Alejandro López Vergara

TEXTO: James Thong Vu

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Segundo dia do Curso: O criptograma de Pompeia

Ano 79 d.C., doze anos depois da morte de São Pedro, em Roma, a cidade de Pompéia foi destruída por violento vulcão. O Vesúvio deu a conhecer a sua fúria, ao detonar em terrível erupção, ejetando tamanha quantidade de detritos, cinzas e lava que acabou por sepultar no “eterno” esquecimento esse povoado romano do sul da Itália.

“Eterno” de fato teria sido o seu esquecimento se um grupo de arqueólogos não tivesse descoberto o sistema para “ressuscitar”, em pleno século XX, a figura dessa cidade subterrânea, conservada intacta, como que mumificada, por obra da imensa quantidade de cinzas vulcânicas que no passado a tinham soterrado.

Sim, eles desenterraram Pompéia e, coisa mais incrível ainda, os corpos das pessoas atingidas pela calamidade, antes de se decomporem, tinham servido de molde para aquele “gesso” natural, fruto das cinzas vulcânicas, elaborar verdadeiras máscaras mortuárias e, mais ainda, configurar incríveis siluetas do corpo inteiro desses cadáveres, na posição em que as desventuradas pessoas se encontravam ao ser atingidas pela calamidade.

Mas, como preencher essas formas, a fim de recompor as dramáticas cenas? Os competentes arqueólogos utilizaram grande quantidade de cimento para, meticulosamente, injetá-lo nos valiosos e delicados moldes, obtendo assim, depois de árduo e prolongado trabalho, a recomposição de uma cena dramática: a antiga cidade de Pompéia sendo atingida pela erupção do Vesúvio.

Inacreditável ainda foi o fato de os arqueólogos conseguirem recompor, além dos corpos das pessoas, também as localidades nas quais elas se encontravam. Ora, em alguns desses antigos muros, havia uma inscrição misteriosamente que muito chamou a atenção dos estudiosos:

SATOR

AREPO

TENET

OPERA

ROTAS

Este curioso criptograma já tinha sido encontrado antes em outros lugares. Mas a restauração de Pompéia permitiu saber a sua antiqüíssima datação. Da Inglaterra ao Egito, e até na Pérsia, tão misteriosa inscrição do primeiro século do Cristianismo também aparecia registrada em diversas moradias cristãs, dessa vasta extensão do Império Romano.

Mas, que relação podem ter essas quatro estranhas palavras – que lidas em qualquer direção conservam o seu sentido – com o tema de nosso segundo dia do Curso de Férias?

Convido-o a descobrir o enigma escondido nesse criptograma, o qual, durante muito tempo, resistiu aos esforços dos entendidos para interpretá-lo. Aguarde um próximo post.

A Igreja, durante os primeiros séculos da sua existência, teve de transmitir de modo cauteloso a oração ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo, pois, tanto nas sinagogas quanto entre os pagãos, chamar a Deus de Pai era uma doutrina inaceitável. Essa hostilidade foi comprovada pelo próprio Divino Mestre, quando os seus inimigos “procuravam, com maior ardor, tirar-Lhe a vida, porque […] afirmava que Deus era seu Pai” (Jo 5, 18).

Assim, o Pai Nosso tornou-se um verdadeiro sinal de identificação, o primeiro símbolo da Fé, por meio do qual alguém podia ser reconhecido cristão, nessa época de perseguições. E, até hoje, nas palavras prévias à sua recitação durante a Santa Missa, transparece esse caráter de proclamação de uma verdade que fora impugnada pelo mundo: “obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer”.

A Oração do Senhor, ou Dominical (do latim Dominus), é a prece perfeita. Ela é um “resumo de todo o Evangelho” (Tertuliano, De oratione, I, 6), e serviu de guia para a piedade dos católicos de todos os tempos. “Não há nenhum aspecto das nossas preces ou orações que não esteja compreendido nesse compêndio da doutrina celestial” (São Cipriano. De oratione dominica. 9). Por isso, neste segundo dia do Curso de Férias dos Arautos do Evangelho, foram contempladas em pormenores os tesouros dessa incomensurável dádiva que nosso Divino Redentor quis nos deixar, a única oração composta diretamente pelo seus divinos lábios: O Pai Nosso.

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Um dia impregnado de oração

A oração grande e seguro meio de salvação. Já tivemos a oportunidade de dar-lhes a conhecer, por meio deste blog, o curioso repórter do dia de ontem (ver matéria publica em 15 jul. 2013). Agora queríamos apresentar-lhes outras personagens, cujas encenações foram transbordantes de ensinamentos, aumentando a compenetração dos 750 jovens assistentes. Todos os teatros visavam inculcar a necessidade da oração e dar a conhecer as condições indispensáveis para que ela obtenha eficazmente o que é pedido.

Após o repórter, a figura de São Bernardo se fez presente no palco. Em meio a um ofício que cantava com os monges de seu mosteiro, quatro espíritos angélicos apareceram ao santo abade, posicionando-se cada um atrás de dois dos religiosos. O primeiro Anjo registrava em letras de ouro as orações dos que rezavam com fervor. O segundo, o fazia com letras de prata, pois, outros monges rezavam, é verdade, mas sem piedade suficiente. O terceiro espírito angélico escrevia com tinta as orações distraídas e medíocres de outros que ali se encontravam. E o último anjo não escrevia nada, pois havia religiosos que tristemente não rezavam, pensavam em outras coisas, queriam logo retirar-se para tocar serviços práticos…

Outra cena do Curso muito formativa foi a respeito de um grupo de mendigos, acampados numa praça, os quais passavam ali a sua vida, sustentados por meio de esmolas e carregando tristemente as suas penas, tanto as do corpo quanto as da alma. Em certo horário do dia, costumava passar por esse local o bondoso São Martinho de Tours acompanhado por alguns fiéis. Um dos pobres inquilinos, recém chegado nesse dormitório público, ficou desnorteado ao ver a atitude dos mendigos quando o santo Bispo se aproximava. Mesmo os cegos saíram correndo a toda velocidade, ajudados pelos que eram mancos e assim, ajuda-se mutuamente, em pouco tempo essa turma de estropiados esvaziou a praça.

Quando, há muita distância, viram que São Martinho já se retirara, retornaram aos costumeiros postos donde ostentavam as suas deficiências aos viandantes, pronunciando o famoso: “uma esmola, por favor!”. O desventurado novato na arte de mendigar, não entendendo nada do que se passara, perguntou insistentemente por que tomar tão estranha atitude, diante de um Bispo tão bondoso que poderia lhes ajudar? O chefe da turma de mendigos que, por certo, era cego de olhos e de coração, respondeu carregado de ira: “Por que Martinho é um taumaturgo que pode nos curar dos nossos males! É precisamente isso que não queremos! Somos errados e determinamos continuar assim, a vida inteira! Não queremos trabalhar nem ser libertos das nossas doenças!”.

Essa é realmente a atitude de todos aqueles que não querem rezar a Deus, pedindo-Lhe tudo o necessário, pois temos um Pai Onipotente disposto a curar-nos de todas as doenças espirituais. Inclusive, Ele está disposto a conceder-nos curas corporais e outros favores materiais, caso não prejudiquem a salvação eterna da nossa alma, pois essa é a finalidade última de nosso existir.

Texto: Sebastián Correa Velásquez

Fotos: Alejandro López Vergara e Thiago Tamura

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Um repórter fora do comum

Primeiro dia do Curso de Férias e já apareceu um repórter no Thabor… Seu nome era Luís. Queria fazer uma entrevista sui generis. Depois de alguns minutos de conversa, conseguimos saber que era estudante de um prestigioso colégio e tinha como tarefa realizar uma reportagem.

O professor prometera um prêmio a quem fosse mais original em desempenhá-la.

Ora, esse curioso repórter comparecera no primeiro dia do Curso de Férias não para entrevistar um dos expositores, nem ainda um dos espectadores… Era para fazer-nos participar de uma incrível reportagem que ele realizaria, a qual já estava combinada previamente. Seu Anjo da Guarda há pouco lhe aparecera, dizendo que o levaria para conhecer duas realidades antagônicas: o Inferno… E, logo depois, a entrada do Céu! Tanto num lugar quanto no outro poderia entrevistar aos que lá se encontrassem…

Temeroso, mas confortado pela angélica presença, o incipiente repórter dispôs-se a viajar para essas ignotas paragens, a fim de indagar às pessoas, qual era o motivo pelo qual mereceram esse fim: para uns a desgraça infinita, para outros a eterna alegria.

Seu Anjo conduziu-o primeiro à mansão dos mortos… Ei-lo, pois, diante de uns sinistros precitos. Apavorado, mas amparado pelo celeste protetor, guardou bastante distância dos réprobos e começou o seu dramático inquérito, perguntando a um deles:

 – Reu horripilante, como veio parar aqui?

Uma voz soturna e cavernosa lhe respondeu:

Ai… Ai… Ai… Eu era cristão! Fui batizado e recebi os demais Sacramentos. Porém, nunca rezava! Achava a oração um passa-tempo para tontos. Mas, agora sei que, como eu não a rezava, nunca obtive as forças necessárias para perseverar estavelmente no cumprimento da Lei de Deus! Se tivesse orado, agora seria feliz no Céu…

–  Mas, só por isso? Rezar é tão fácil?

É verdade! Mas são raras as pessoas que, enquanto vivem, querem rezar! Agora é tarde demais…

E, com um forte grito, foi precipitado novamente às apavorantes e escuras profundidades do Inferno. Extremamente impressionado, o jovem dirigiu-se a outro dos horríveis condenados que ali estavam:

– Quem é o senhor e como veio para aqui?

Ouviu-se, então, um murmúrio frio e arrepiante:

Eu sou um grande criminoso, um maldito… Mas, ter-me-ia bastado rezar para alcançar o perdão dos meus horrendos vícios!

–  Incrível! Isso é exatamente o que me disse o anterior…

–  Meus delitos eram grandes, porém, maior é o poder da oração!

Arrastado por um demônio, o condenado foi lançado ao lugar do seu eterno suplício. Nesse momento, outro desses infelizes adiantou-se em direção ao entrevistador, gritando com sua rouca voz:

A oração! A oração! Ter-nos-ia bastado a oração para não estar neste maldito estado!

Muito assustado, o jovem implorou ao seu Anjo para se retirar do Inferno, pois não tinha forças suficientes para continuar ali. O bondoso mensageiro divino, então, continuou o percurso que tinha prometido ao seu protegido. Agora iriam à porta de entrada do Céu!

Quando menos esperava, o inexperiente repórter viu-se rodeado de luz, Bem-aventurados e Anjos. Fora de si, deparou-se com um homem esplêndido que caminhava:

– Senhor Rei! Desculpai-me interromper o vosso glorioso percurso! Seria possível dizer-me como merecestes chegar aqui?

Claro! Mas antes, permiti-me fazer uma pequena correção: eu não sou rei; na Terra era um simples cozinheiro. Enquanto preparava os alimentos ou lavava os utensílios da minha função, eu sempre estava rezando. Cumpri com minha missão e meus deveres, é verdade, mas hoje me dou conta que só consegui me salvar porque rezava muito!

Meu caro – adiantou-se outro bem-aventurado –, eu sou um arauto do Evangelho, como o senhor. Era uma pessoa que rezava muito e, embora fosse muito distraído em minhas orações, aprendi num Curso de Férias o incomensurável valor da oração! Desde, então, passei a rezar com todo o fervor e constância que me era possível! Graças à oração me salvei!

– Nossa! Quer dizer que é a oração que acaba por determinar…

Luís – interrompeu o Anjo da Guarda –, temos de voltar à Terra, pois o tempo já acabou.

Dessa maneira concluiu a primeira encenação deste Curso de Férias 2013, um ano no qual, certamente, todos precisaremos muito da oração. Sim, esse é o tema central que marcará todos estes extraordinários dias de reuniões! Acompanhem-nos também acessando os próximos post que publicaremos. E, por favor, não se esqueça de rezar por nós, pois, como já tivemos a oportunidade de revelar neste blog, esse é o principal segredo para o sucesso do Curso de Férias: a oração!

Texto: Sebastián Correa Velásquez
Fotografia: Thiago Tamura Nogueira

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Revelando segredos

Já tivemos a oportunidade de revelar, aos nossos leitores, um dos principais segredos para o sucesso do Curso de Férias: o Santo Rosário (ver matéria publicada em 9 jul. 2013). Creio estar “falando demais” – como dizem no Brasil –, pois, de repente, aqueles  que aguardam com ânsia  o início dessa programação, bem podem já estar intuindo o tema central que marcará as exposições desses dias… Mas, não resisto! Vou “falar” mais um pouquinho – só entre nós – dos “segredos” do Curso… Caso tenham a paciência, acompanhem-nos durante alguns instantes lendo estas linhas.

Vida interior: vale a pena guardar essa palavra chave. Para o conjunto de Arautos do Evangelho que reside no Thabor, além da assistência diária à Santa Missa, essa enorme dádiva do amor de Cristo (conforme matéria publicada em 12 jul. 2013), todas as manhãs deste período de árduos preparativos para o Curso de Férias, há um tempo de 45 minutos dedicado a outras orações, denominado Recolhimento.

Pouco tempo depois do café da manhã, tocam os ferrinhos chamando a comunidade para o programa, como já é costume nas residências dos Arautos do Evangelho: um primeiro aviso (composto de dois toques) alerta a todos para estarem formados no local avisado, pois, em cinco minutos, os ferrinhos darão o segundo sinal (composto de três toques). Nesse momento, deve-se estar na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, seja na capela de adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, seja em outro lugar do templo, para recitar, sozinhos ou em companhia de outros, diversas orações já habituais a todo arauto do Evangelho.

Nesse período de Recolhimento, vêem-se principalmente dois livros de orações nas mãos das pessoas:

A Liturgia das Horas (conhecida também como Ofício Divino ou Breviário), a qual, quando é recitada por um sacerdote ou um religioso consagrado, torna-se a oração oficial e pública da Igreja Católica, juntamente ao culto por excelência que é a Santa Missa. Isso quer dizer que esse conjunto de orações que se elevam a Deus são feitas em nome de toda a Igreja.

Um devocionário muito comum entre os Arautos do Evangelho, denominado Preces, o qual pode variar em número

de orações, conforme seja a devoção e o tempo de que cada arauto dispõe, em meio às funções de seu dia-a-dia. Sem embargo, há algumas orações, isto sim, que são fixas, devido à sua importância, valor espiritual, doutrinário e teológico. Por exemplo, os famosos e antigos conjuntos de ladainhas dedicadas ao Sagrado Coração, ao Espírito Santo, a Nossa Senhora, ao Imaculado Coração de Maria e a São José.

Como essas, há outras preces que são também verdadeiros tesouros da Igreja Católica. Caso queiram conhecê-las… Em fim, “falei” demais… Espero que as autoridades do Curso de Férias não processem os escritores deste blog, por estarem revelando “segredos de estado”…

Uma curiosidade final. Por que do nome Recolhimento?

O Ordo de costumes dos Arautos do Evangelho prevê um modo de comportar-se próprio aos momentos de oração, meditação ou retiro espiritual, no qual o arauto deve dirigir a sua atenção para a importantíssima ação que realiza, ou seja, elevar a sua mente ao Criador. Para isso, não deve comunicar-se, nem por gestos, com os seus demais irmãos de hábito, a não ser em caso de real necessidade. São momentos de recolher-se em seu interior, conversar com Deus e deixar que a Graça divina toque o íntimo da alma.

É incontável o número de Santos que aconselharam esse modo de proceder, principalmente, quando se faz meditação. Até médicos e psicólogos defenderam que  meia hora de meditação diária pode melhorar consideravelmente a própria estrutural cerebral.

Não perca os próximos post. Até lá… os preparativos vão mar alto…


Texto: Sebastián Correa Velásquez
Fotografia: Thiago Tamura Nogueira

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Um segredo: como tornar proveitoso cada dia no Thabor

Da caneta para o pincel, a tesoura ou a fita métrica… Sim, para um arauto do Evangelho, do Thabor, terminado o período de aulas as ocupações se fazem mais intensas ainda. Os preparativos para o Curso de Férias continuam e, nesses momentos de “dar tudo”, desabrocham impressionantes talentos artísticos e torna-se mais imbricada a união entre todos aqueles que lutam pelo mesmo ideal: a glória de Deus. Sejam brasileiros, chineses, vietnamitas, espanhóis, colombianos, portugueses, salvadorenhos ou japoneses… Enfim: em todos parece circular um mesmo sangue, isto é, o sangue dos Filhos de Deus, daqueles que desejam conservar-se na sua Graça. 

Fator muito importante para o bom sucesso dos trabalhos é que neles reine o espírito de oração. Para esses arautos, durante as férias a jornada se inicia com o Santo Rosário em comunidade. Divididos por grupos de cinco a quinze pessoas, rezam-se reverentemente em latim os quatro conjuntos dos Mistérios, sendo o primeiro terço recitado de joelhos, diante do Santíssimo Sacramento. Os demais terços são rezados enquanto se percorre, num passo quase processional, as cercanias da Basílica de Nossa Senhora do Rosário. Bem lembra o costume, outrora muito comum em inúmeros países católicos, denominado “Rosário da Aurora”, para o qual os fiéis devotos saíam pelas ruas de seu bairro, à primeira hora da manhã, a fim de pronunciarem, mais de uma centena de vezes, aquelas palavras que, já por mais de dois mil anos, tanta alegria causam à Santíssima Virgem: “Ave Maria cheia de Graça…”.

É em meio a essa piedade mariana que começa um dia de férias no Thabor, e pouco renderiam os inúmeros serviços se assim não fosse: haveria desentendimentos, os favores se tornariam cada vez mais escassos, e o egoísmo e o desejo de chamar a atenção sobre si começariam a corromper as atividades, como a cizânia corrói o trigo das boas obras. Pelo contrário, “a vida interior atrai as bênçãos de Deus”, diz Dom Chautard em seu livro A Alma de todo Apostolado. Com ela, tudo corre sobre trilhos bem azeitados e, quando menos se pensa, até da poeira estão saindo estrelas.

Essa ideia talvez possa chocar alguns, “neste século de naturalismo em que o homem julga sobretudo pelas aparências e procede como se o bom êxito de uma obra dependesse principalmente de engenhosa organização”.[1] Ora, quando se trata de atividades que visam, em primeiro lugar, fazer bem às almas, motivá-las para a santidade, atraí-las para a prática da virtude, “o proceder praticamente a se ocupar das obras, como se Jesus não fosse o único princípio de suas vidas, é qualificado pelo Cardeal Mermillod como ‘heresia das obras”.[2]

Sim, o fazer pelo fazer torna-se uma “heresia” quando uma obra visa, antes de tudo, um fruto espiritual, pois nesse campo, sem a graça de Deus, nada se alcança. Por isso – é um dos segredos do Curso de Férias – nenhum dia passa, para um arauto do Thabor, sem ser iniciado com a recitação do Santo Rosário: ótimo meio para alcançar de Deus o bom sucesso para as obras, as graças necessárias para que elas movam as almas e, sem dúvida, a própria santificação dos que aqui residem. Afinal, todos os arautos têm arraigada em si a certeza de que o grande diploma da vida é o da santidade, como ensina o Fundador, Mons. João Clá Dias.

Foi esse o conselho que o Papa Francisco deu, em recente encontro com jovens vocações sacerdotais e religiosas: “rezai o Rosário, por favor… Não o deixeis! Tende sempre Nossa Senhora convosco na vossa casa, como a tinha o Apóstolo João! (Cf. Jo 19, 27)”.[3]

Texto: Sebastián Correa Velásquez
Fotografia: Thiago Tamura Nogueira

[1] Chautard, Jean Baptiste. A alma de todo apostolado. São Paulo: Coleção, 1962. (Parte I, capítulo 2)

[2] Loc. Cit.

[3] Palavras do Papa Francisco no encontro com os seminaristas, os noviços e as noviças. 6 Julho de 2013.

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Curso de Férias 2013!

São João Bosco, um dos maiores formadores da juventude de todos os tempos, ensinava que mente vazia é oficina do diabo. Considerando essa tão sapiencial verdade os Arautos do Evangelho promovem, nos dois períodos anuais de férias, programas de formação doutrinária em que se incluem encenações teatrais. Força, energia, ênfase e resolução: essas quatro palavras muito bem sintetizam as disposições que se fazem sentir nos participantes de tais programas.

O tema do próximo “curso de férias”, assim chamado, não será anunciado nesta notícia, já que para os participantes ainda é um “segredo”. Fica então feito aos leitores deste blog um convite para visitá-lo novamente, nos próximos dias.

Os preparativos para o curso de férias já começaram. Eles não são poucos, pois, entre outros personagens, se fará presente o príncipe Miguel, de meados do século XVIII, além de Eleazar (grande personagem do antigo testamento), São Bernardo (o Doutor Melífluo), o grande São Domingos (fundador da ordem dos Dominicanos), e muitos outros. Eles permitirão entender como se aplicam ao presente as palavras de Santo Agostinho: “não é um mundo que está morrendo, mas um novo mundo que está nascendo”.

Não percam os posts desse evento, que se iniciará em 15 de julho corrente e findará no dia 20.

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A experiência científica de Tomé e a mística de Tomás

A experiência científica de Tomé e a mística de Tomás

Redação – (Quarta-feira, 03-07-2013, Gaudium Press) – Sendo o dia 3 de julho o dia de São Tomé, estamos publicando para nossos leitores este artigo que trata da “experiência científica de Tomé e a mística de Tomás:

Aquele que disse aos seus companheiros aninhados no Cenáculo por causa de um medo atroz, que só haveria de crer em Jesus ressuscitado se visse “nas suas mãos o sinal dos pregos”, pusesse o “dedo no lugar dos pregos” e introduzisse a “mão no seu lado” (Jo 20,25) não precisa de apresentação.thomas.jpg

Tomé passou para a História como símbolo da incredulidade, é verdade, mas também como o exponencial de uma lei inerente à natureza humana per se legítima. Ver com “os próprios olhos, tocar com “as próprias mãos”, ouvir com “os próprios ouvidos” é uma necessidade do ser humano, uma condição para darmos o assentimento perfeito da nossa inteligência e da nossa vontade.

Embora seja eminentemente sobrenatural, o próprio assentimento da fé tem um dos seus pilares fundamentado nesse ditame da experiência sensível. Não foi essa necessidade demonstrada por São Tomé, após a terrível hecatombe da perseguição que havia caído sobre a Igreja nascente, arrebatando a suave presença do Divino Mestre? Também para Santa Maria Madalena, aquela que muito havia amado, era necessário tocar e abraçar os pés do Ressuscitado, para saciar esse desejo legítimo e subconsciente do coração humano de comprovar a fé com os sentidos. Tal aspiração é tão ingente em nosso interior a ponto do Apóstolo São João jubiloso exclamar: “o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos têm apalpado, no tocante ao Verbo da vida, porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou” (1Jo 1,1-4).

Esse desejo de experiência não é contrariado por Nosso Senhor, pois ao encontrar-se com os seus discípulos convidou São Tomé a comprovar: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé” (Jo, 20,27). Dos lábios do incrédulo brotou, como a rosa no deserto, o mais explícito ato de fé na divindade de Jesus presente nos Evangelhos: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). Com os olhos e os dedos de Tomé, nós tocamos nas chagas e no lado aberto de Jesus. Em Tomé toda a Igreja creu na ressurreição corpórea e milagrosa do Homem-Deus.

Ora, houve outro Tomé, nascido na cidade italiana de Aquino, cujo nome não pode ser pronunciado por teólogo ou filósofo que se preze senão com respeito e veneração: São Tomás de Aquino. Ele foi uma autêntica testemunha dos atributos e perfeições divinas, da divindade e da humanidade de Cristo, do inefável mistério da Santíssima Eucaristia e dos castos privilégios de Maria Santíssima. Tomás nasceu mais de um milênio após a tragédia do Gólgota, e de fato não teve a graça de tocar com o seu dedo no lado e nas chagas do Redentor como outrora havia feito Tomé.

Entretanto, o Doutor Angélico viu com os olhos da fé e apalpou com as mãos da caridade a divindade e a humanidade de Jesus. A experiência mística de Tomás é superior à experiência científica de Tomé, como aliás afirmou o próprio Divino Mestre: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!” (Jo, 20,29). A visão da experiência mística, essencialmente sobrenatural de São Tomás não é imensamente mais abarcativa e sublime do que a experiência material e racional? Afinal, o objeto do olhar teológico não é o Bom Deus, puro espírito e totalmente imaterial? E o mundo sobrenatural não é essencialmente invisível aos nossos olhos carnais? É por isso que a experiência mística dos santos é mais eloquente que a pretensiosa experiência humana dos entendidos…

É justamente por causa da santidade do insigne Doutor Angélico, que a sua obra filosófica e teológica – além de ser eminentemente racional e precursora dos métodos científicos modernos – é superior. Ele viu com os olhos do Espírito Santo, com as castas doçuras interiores dos toques místicos,[1] com a retidão do primeiro olhar de uma alma santa, reta e inocente.

É por isso que a Igreja atribuiu especial valor à obra do Aquinate: ele foi mais feliz em crer sem ver e tocar como Tomé, porque viu, distinguiu, creu através do olhar sobrenatural do qual ele tirou a inspiração de seu ensino, ou seja, da visão de uma imagem eterna quase beatífica, da qual gozaremos por toda a eternidade. É dessa forma que se pode dizer que São Tomás foi mais feliz que São Tomé, pois ele creu N’Aquele que real, genuína e misticamente havia “visto”.

Por Marcos Eduardo Melo dos Santos

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[1] La vision intellectuelle est la manifestation certaine d’un objet à l’intelligence, sans aucune dépendance actuelle des images sensibles. Elle se fait soit par des idées acquises surnaturellement coordonnées ou modifiées soit par des idées infuses, qui sont parfois d’ordre angélique. Elle requiert, en outre, une lumière infuse, celle du don de sagesse ou de la prophétie. […] La vision intellectuelle est parfois obscure et indistincte. […] D’autre fois, la vision intellectuelle est claire et distincte […]; c’est une sorte d’intuition des véritess divines ou des choses créées en Dieu. […] On reconnaît que ces faveurs viennent de Dieu aux effects qu’elles produisent: paix intime, sainte joie, profonde humilité, attachemente inébranlable a la virtu” (GARRIGOU-LAGRANGE, Les trois âges de la vie intérieure: prélude de celle du ciel, Op. Cit., p. 764-765. Tom. II).

Fonte: http://academico.arautos.org/tag/a-experiencia-cientifica-de-tome-e-a-mistica-de-tomas/

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Apostolado do Oratório dos Arautos do Evangelho chega à Ruanda

Kigali – Ruanda (Terça-feira, 02-07-2013, Gaudium Press) Ruanda. O nome deste país africano evoca no imaginário coletivo cenas de uma crueldade até então inéditas, no que se conheceu como o genocídio de Ruanda, violência que

ruanda_01.jpgteve seu clímax em 1994. Entretanto, e em meio de mil dificuldades, a Igreja ali continua desenvolvendo seu trabalho pastoral, que se manifesta crescente, curando as feridas, restaurando o tecido social, promovendo a paz através da pregação do Evangelho e da vida sacramental.

Neste pequeno país africano, de 8.600.000 habitantes -dos quais aproximadamente 60% é católico- as vocações sacerdotais florescem nas nove dioceses existentes. No trabalho de formação sacerdotal destaca-se o Seminário de São Carlos de Nyakibanda, na diocese ruanda_02.jpgde Butare, que foi construído no ano de 1953, e é auxiliado com ajudas do exterior, e que conta com 200 seminaristas provenientes de diversas dioceses.

Para apoiar o trabalho da Igreja local, os Arautos do Evangelho enviaram missionários do Canadá que foram até estas terras africanas, convidados por alguns sacerdotes e por famílias que participam do Apostolado do Oratório, em diversas localidades.ruanda_03.jpg

O Apostolado do Oratório é a peregrinação permanente de quadros do Imaculado Coração de Maria por grupos de 30 famílias, cada uma delas recebe o oratório uma vez por mês, ocasião na qual rendem culto especial à Mãe de Deus, de acordo com algumas instruções que as famílias se comprometem a cumprir. Este Apostolado tem sido relevante no fortalecimento da vida paroquial nos lugares onde está presente, particularmente em Ruanda.

A visita dos missionários dos Arautos à Ruanda tem sido ocasião também para tomar contato com todos os segmentos da povoação. Os missionários dos Arautos do Evangelho destacam em seus relatos a alegria que percebem na sociedade pela abundante presença de crianças, que estão por toda parte.

Os hábitos dos Arautos tem causado “sensação” entre os habitantes, que se aproximam dos missionários para pedir uma estampa de Nossa Senhora, para perguntar quem são e o que fazem, alguns para tirar fotos ao lado dos missionários, inclusive declarando-se de forma antecipada como ateus. “Osruanda_04.jpg ateus ruandeses são bem simpáticos”, declara o irmão François Boulay, um dos missionários. Durante a missão visitarão escolas, capelas, igrejas e diversas comunidades cristãs.

Além das famílias pertencentes ao Apostolado do Oratório, já existe um terciário dos Arautos do Evangelho no país, além de várias pessoas que desejam iniciar a formação de terciários para esta Associação Pontifícia. (GPE/EPC)

Gaudium Press / S. C.

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