Thabor

Conheça aqui essa residência dos Arautos do Evangelho

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Começa o Curso de Férias!

O período que antecede o Curso de Férias dos Arautos do Evangelho – Thabor, é marcado pela expectativa, por parte dos participantes, de descobrir qual será o tema em torno do qual girarão as várias programações do mesmo.

Credo, Dez Mandamentos, Sacramentos, épocas históricas… Os mais diversos aspectos da Santa Igreja já foram objeto de encenações teatrais, áudios-visuais e exposições.

Mas, neste primeiro dia de Curso de Férias – julho 2014, os participantes não suspeitavam que o tema principal seria “eles mesmos”… Sim, a história dos Arautos do Evangelho é o ponto para o qual convergirão as nossas atenções nestas férias: o surgimento do hábito, as primeiras casas, o começo das construções e tantos outros detalhes do nosso dia-a-dia, fruto do empenho e espiritualidade de Mons. João S. Clá Dias, e ao carisma e graças próprias aos fundadores, nos quais está a matriz da fundação.

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A castidade consagrada I

A invenção do balão, no ano de 1793, foi um acontecimento mundial. Era quase impossível acreditar que um objeto de tal tamanho pudesse vencer a implacável lei da gravidade, voando sem amarras, peregrinando pelos ares, permitindo contemplar panoramas desde alturas inimagináveis… Sim, até lá conseguiu chegar o engenho humano! Ora, tudo na Criação tem uma finalidade, não somente material, mas também no plano espiritual e simbólico, pois o Universo saiu das mãos de um único Ser, infinitamente inteligente e perfeito. Não era possível existirem essas leis sem que contivessem sábias analogias em relação a criaturas superiores.

Com efeito, a tendência de os objetos caírem talvez seja uma imagem desejada por Deus, para dar a entender ao homem o quanto a sua natureza, depois do Pecado Original, tornou-se propensa à queda: “à semelhança de nosso corpo, padecem as almas de uma espécie de lei da gravidade espiritual por onde nos sentimos atraídos para o mais baixo, o mais trivial, o que nos exige menos esforço”.[1] Por outro lado, a mencionada lei física capaz de vencer a gravidade, também é imagem de uma realidade superior, a qual foi dada a conhecer aos homens muito antes do descobrimento do balão. Nosso Senhor Jesus Cristo foi o grande “descobridor”, ou melhor, o portador de uma nova lei, capaz de retirar-nos do abismo ao qual o pecado nos atirara: a Lei da Graça.[2] Ela é capaz de elevar as almas a altitudes inatingíveis pelo esforço natural, fazendo-as ganhar a batalha contra as inclinações que continuamente as arrastam para o mal.

A Graça é o remédio apropriado para corrigir em nós o desregramento das paixões, sobretudo a “concupiscência da carne” (1 Jo 2, 16), a qual leva a humanidade a ofender a Deus com maior frequência. Cristo veio consagrando dois caminhos que regulam a veemência desse instinto: o Sacramento do Matrimônio e a castidade consagrada. Em relação à segunda, o Divino Mestre afirmou ser um estado de vida reservado para poucos e, assim, nem todos conseguem compreendê-lo, “mas somente aqueles a quem é concedido” (Mt 19, 11). Os que o abraçam “por amor do Reino dos Céus” (Mt 19, 12), prenunciam nesta Terra a Bem-aventurança celeste, por isso, esse estado recebe o nome de celibato, termo que visa expressar certa participação na felicidade do Céu, segundo a etimologia dada pelo historiador romano Julius Valerianus: caeli beatus.[3]

A virtude da castidade visa reprimir “tudo quanto há de desordenado nos prazeres voluptuosos”,[4] os quais são moralmente ilícitos quando buscados por si mesmos,[5] porque eles só existem com vistas a um fim principal: “perpetuar a raça humana, transmitindo a vida pelo uso legítimo do matrimônio. Fora dele, toda luxúria é estritamente proibida”.[6] Ora, a vocação para a castidade consagrada pede uma doação completa, através desse “vínculo sagrado”,[7] o religioso entrega a Deus o corpo com todas as suas faculdades, oferece-se em holocausto,[8] renuncia por amor às leis da carne e vencendo-as com o auxílio da divina Graça.

Essa sublimação da natureza humana é incomparavelmente superior ao voo de um balão que percorre as alturas do firmamento e derrota a lei da gravidade, pois é “angelizar” o homem (Cf. Mc 12, 25), desafiar as forças do mal, com Cristo, vencer o mundo (Cf. Jo 16, 33)! A castidade perfeita faz voar pelos horizontes da vida sobrenatural, causando incompreensão em muitas pessoas não chamadas a vivê-la, as quais podem se perguntar: “como é possível a uma natureza tão material e débil elevar-se a essas altitudes da espiritualidade, livrar-se das amarras da carne e preocupar-se apenas com a contemplação dos sagrados panoramas da Religião?”. O Divino Mestre é quem lhes dá a resposta: “Quem puder compreender, compreenda” (Mt 19, 12).

O Apóstolo São Paulo também defendeu claramente o “dom divino”[9] da castidade, pois – conforme disse – “os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5, 24). Escrevendo aos de Corinto, afirmava: “A respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém, dou o meu conselho, como homem que recebeu da misericórdia do Senhor a graça de ser digno de confiança. […] Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa. A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. […] Digo isto para vosso proveito, […] para vos ensinar o que melhor convém, o que vos poderá unir ao Senhor sem partilha. […] E creio que também eu tenho o Espírito de Deus” (1 Cor 7, 25. 32-34. 35. 40).

Como conservar a castidade?

Conseguir o domínio de si requer uma existência inteira e “nunca poderá considerar-se total e definitivamente adquirido. Implica um esforço constantemente retomado, em todas as idades da vida (Cf. Tt 2, 1-6). O esforço requerido pode ser mais intenso em certas épocas, como quando se forma a personalidade, durante a infância e a adolescência”,[10] sendo que a vitória se encontra na conquista do coração, pois é nele onde pode nascer a impureza (Cf. Mt 5, 28; 15, 19). Em realidade, a luta para conservar a castidade é travada principalmente no interior. O Evangelho proclama bem-aventurados “os puros de coração” (Mt 5, 8), ou seja, aqueles que transformaram a sua mentalidade e o seu querer, a fim de se adaptarem às exigências da própria vocação,[11] abandonando os hábitos censuráveis daquele que “têm o entendimento obscurecido, e cuja ignorância e endurecimento de coração mantêm-nos afastados da vida de Deus; indolentes, entregam-se à devassidão, à prática apaixonada de toda espécie de impureza” (Ef 4, 18-19).

Texto: Sebastián Correa Velásquez


[1] Clá Dias, João Scognamiglio. “Voar sem amarras!”. In: Arautos do Evangelho. São Paulo: Abril, n. 105, set. 2010, p. 10.

[2] Cf. São Tomás de Aquino. Suma Teológica. I-II, q. 106, a. 1 e 2.

[3] Cf. Bautista Torelló, Joan. Scripta Theologica 27. Navarra: Universidade de Navarra, 1995, p. 282.

[4] Tanquerey, Adolphe. Compendio de Teología Ascética y Mística. Tradução de Daniel García Huches. Bélgica: Desclée, 1960, p. 707.

[5] Cf. Catecismo da Igreja Católica. n. 2351.

[6] Tanquerey. Op. Cit., p. 707.

[7] João Paulo II. Vita consecrata. n. 14.

[8] Cf. São Tomás de Aquino. Suma Teológica. II-II, q. 186, a. 1.

[9] Catecismo da Igreja Católica. n. 2260.

[10] Catecismo da Igreja Católica. n. 2342.

[11] Cf. Catecismo da Igreja Católica. n. 2517.

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Um segredo: como tornar proveitoso cada dia no Thabor

Da caneta para o pincel, a tesoura ou a fita métrica… Sim, para um arauto do Evangelho, do Thabor, terminado o período de aulas as ocupações se fazem mais intensas ainda. Os preparativos para o Curso de Férias continuam e, nesses momentos de “dar tudo”, desabrocham impressionantes talentos artísticos e torna-se mais imbricada a união entre todos aqueles que lutam pelo mesmo ideal: a glória de Deus. Sejam brasileiros, chineses, vietnamitas, espanhóis, colombianos, portugueses, salvadorenhos ou japoneses… Enfim: em todos parece circular um mesmo sangue, isto é, o sangue dos Filhos de Deus, daqueles que desejam conservar-se na sua Graça. 

Fator muito importante para o bom sucesso dos trabalhos é que neles reine o espírito de oração. Para esses arautos, durante as férias a jornada se inicia com o Santo Rosário em comunidade. Divididos por grupos de cinco a quinze pessoas, rezam-se reverentemente em latim os quatro conjuntos dos Mistérios, sendo o primeiro terço recitado de joelhos, diante do Santíssimo Sacramento. Os demais terços são rezados enquanto se percorre, num passo quase processional, as cercanias da Basílica de Nossa Senhora do Rosário. Bem lembra o costume, outrora muito comum em inúmeros países católicos, denominado “Rosário da Aurora”, para o qual os fiéis devotos saíam pelas ruas de seu bairro, à primeira hora da manhã, a fim de pronunciarem, mais de uma centena de vezes, aquelas palavras que, já por mais de dois mil anos, tanta alegria causam à Santíssima Virgem: “Ave Maria cheia de Graça…”.

É em meio a essa piedade mariana que começa um dia de férias no Thabor, e pouco renderiam os inúmeros serviços se assim não fosse: haveria desentendimentos, os favores se tornariam cada vez mais escassos, e o egoísmo e o desejo de chamar a atenção sobre si começariam a corromper as atividades, como a cizânia corrói o trigo das boas obras. Pelo contrário, “a vida interior atrai as bênçãos de Deus”, diz Dom Chautard em seu livro A Alma de todo Apostolado. Com ela, tudo corre sobre trilhos bem azeitados e, quando menos se pensa, até da poeira estão saindo estrelas.

Essa ideia talvez possa chocar alguns, “neste século de naturalismo em que o homem julga sobretudo pelas aparências e procede como se o bom êxito de uma obra dependesse principalmente de engenhosa organização”.[1] Ora, quando se trata de atividades que visam, em primeiro lugar, fazer bem às almas, motivá-las para a santidade, atraí-las para a prática da virtude, “o proceder praticamente a se ocupar das obras, como se Jesus não fosse o único princípio de suas vidas, é qualificado pelo Cardeal Mermillod como ‘heresia das obras”.[2]

Sim, o fazer pelo fazer torna-se uma “heresia” quando uma obra visa, antes de tudo, um fruto espiritual, pois nesse campo, sem a graça de Deus, nada se alcança. Por isso – é um dos segredos do Curso de Férias – nenhum dia passa, para um arauto do Thabor, sem ser iniciado com a recitação do Santo Rosário: ótimo meio para alcançar de Deus o bom sucesso para as obras, as graças necessárias para que elas movam as almas e, sem dúvida, a própria santificação dos que aqui residem. Afinal, todos os arautos têm arraigada em si a certeza de que o grande diploma da vida é o da santidade, como ensina o Fundador, Mons. João Clá Dias.

Foi esse o conselho que o Papa Francisco deu, em recente encontro com jovens vocações sacerdotais e religiosas: “rezai o Rosário, por favor… Não o deixeis! Tende sempre Nossa Senhora convosco na vossa casa, como a tinha o Apóstolo João! (Cf. Jo 19, 27)”.[3]

Texto: Sebastián Correa Velásquez
Fotografia: Thiago Tamura Nogueira

[1] Chautard, Jean Baptiste. A alma de todo apostolado. São Paulo: Coleção, 1962. (Parte I, capítulo 2)

[2] Loc. Cit.

[3] Palavras do Papa Francisco no encontro com os seminaristas, os noviços e as noviças. 6 Julho de 2013.

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O que nosso fundador lhe diz hoje

Frases de Mons. João Clá extraídas de uma recente homília sobre a admiração

PorDeSol_riodejaneiro

→ A admiração nos faz subir, ainda que as dificuldades sejam muito grandes.

→  A admiração é o melhor antídoto contra a má tristeza.

→  A admiração nos faz merecer um olhar de Nosso Senhor.

→  Nada mais atrai a Deus do que uma alma admirativa.

→  A admiração abre a alma para a fé.

→  A admiração nos leva a uma atitude de servidão.

→  A partir de uma boa admiração, se recebe mais do que se deu.  

→  Quem vive ávido pelo lucro tem sua admiração diminuída, gasta, inteiramente evaporada.

→  Enfim, a admiração produz resultados extraordinários.

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Muito mencionado e pouco conhecido

s-nicolau1Fim do século III e início do séc. IV. Morre o prelado de Mira e reúnem-se todos os clérigos para designar seu sucessor.

Sendo a maior autoridade ali presente um Bispo, disse que todos deveriam jejuar, ficando em espírito de recolhimento e oração para fazerem a escolha certa. Na mesma noite, o vigário geral ouviu uma voz dizendo: – Ficai atento: o primeiro homem que entrar na Igreja amanhã de manhã, deverá ser sagrado Bispo.

Ele comunicou o ocorrido a seus pares e recomendou-lhes rezarem enquanto ele vigiava à porta.

Escolhido pelo Espírito Santo, guiado pelas mãos de Deus, em meio à recitação de Matinas, aparece um varão que logo é interrogado pelo Bispo:

-Como vos chamais?

O inocente varão respondeu:

-Nicolau, escravo de sua santidade.

Levaram-no para dentro da Igreja e, apesar de suas resistências, o colocaram no trono episcopal.

milagre-ressur-criancaEra filho de pais ricos e santos, os quais lhe deram o nome de Nicolau, que significa “vitória do povo”. Quando adulto rejeitava as diversões, preferindo ir à igreja. O Bispo de Mira, em toda a sua vida, foi muito generoso.

Ajudava muito os necessitados, premiava os bons… E além do mais, realizava muitos milagres, entre os quais, ressurreições. No dia de sua sagração, mal terminada a cerimônia, prostrou-se de joelhos aos seus pés uma senhora que implorava a misericórdia divina, pois seu filhinho acabara de morrer queimado. Ele, compadecido das dores daquela mãe, fez um sinal da cruz sobre o menino que ressuscitou na presença de todos os fiéis que assistiam a cerimônia. Este santo, tão recorrido ao longo dos séculos, aceitará nossos pedidos com a mesma diligência dada aos seus coetâneos.

 Peçamos-lhes neste Santo Natal, sua intercessão junto ao Menino Deus, a fim de nos alcançar a graça da santidade, pois é, sem dúvida, o maior presente que um homem pode receber na Terra.

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