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A experiência científica de Tomé e a mística de Tomás

A experiência científica de Tomé e a mística de Tomás

Redação – (Quarta-feira, 03-07-2013, Gaudium Press) – Sendo o dia 3 de julho o dia de São Tomé, estamos publicando para nossos leitores este artigo que trata da “experiência científica de Tomé e a mística de Tomás:

Aquele que disse aos seus companheiros aninhados no Cenáculo por causa de um medo atroz, que só haveria de crer em Jesus ressuscitado se visse “nas suas mãos o sinal dos pregos”, pusesse o “dedo no lugar dos pregos” e introduzisse a “mão no seu lado” (Jo 20,25) não precisa de apresentação.thomas.jpg

Tomé passou para a História como símbolo da incredulidade, é verdade, mas também como o exponencial de uma lei inerente à natureza humana per se legítima. Ver com “os próprios olhos, tocar com “as próprias mãos”, ouvir com “os próprios ouvidos” é uma necessidade do ser humano, uma condição para darmos o assentimento perfeito da nossa inteligência e da nossa vontade.

Embora seja eminentemente sobrenatural, o próprio assentimento da fé tem um dos seus pilares fundamentado nesse ditame da experiência sensível. Não foi essa necessidade demonstrada por São Tomé, após a terrível hecatombe da perseguição que havia caído sobre a Igreja nascente, arrebatando a suave presença do Divino Mestre? Também para Santa Maria Madalena, aquela que muito havia amado, era necessário tocar e abraçar os pés do Ressuscitado, para saciar esse desejo legítimo e subconsciente do coração humano de comprovar a fé com os sentidos. Tal aspiração é tão ingente em nosso interior a ponto do Apóstolo São João jubiloso exclamar: “o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos têm apalpado, no tocante ao Verbo da vida, porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou” (1Jo 1,1-4).

Esse desejo de experiência não é contrariado por Nosso Senhor, pois ao encontrar-se com os seus discípulos convidou São Tomé a comprovar: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé” (Jo, 20,27). Dos lábios do incrédulo brotou, como a rosa no deserto, o mais explícito ato de fé na divindade de Jesus presente nos Evangelhos: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). Com os olhos e os dedos de Tomé, nós tocamos nas chagas e no lado aberto de Jesus. Em Tomé toda a Igreja creu na ressurreição corpórea e milagrosa do Homem-Deus.

Ora, houve outro Tomé, nascido na cidade italiana de Aquino, cujo nome não pode ser pronunciado por teólogo ou filósofo que se preze senão com respeito e veneração: São Tomás de Aquino. Ele foi uma autêntica testemunha dos atributos e perfeições divinas, da divindade e da humanidade de Cristo, do inefável mistério da Santíssima Eucaristia e dos castos privilégios de Maria Santíssima. Tomás nasceu mais de um milênio após a tragédia do Gólgota, e de fato não teve a graça de tocar com o seu dedo no lado e nas chagas do Redentor como outrora havia feito Tomé.

Entretanto, o Doutor Angélico viu com os olhos da fé e apalpou com as mãos da caridade a divindade e a humanidade de Jesus. A experiência mística de Tomás é superior à experiência científica de Tomé, como aliás afirmou o próprio Divino Mestre: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!” (Jo, 20,29). A visão da experiência mística, essencialmente sobrenatural de São Tomás não é imensamente mais abarcativa e sublime do que a experiência material e racional? Afinal, o objeto do olhar teológico não é o Bom Deus, puro espírito e totalmente imaterial? E o mundo sobrenatural não é essencialmente invisível aos nossos olhos carnais? É por isso que a experiência mística dos santos é mais eloquente que a pretensiosa experiência humana dos entendidos…

É justamente por causa da santidade do insigne Doutor Angélico, que a sua obra filosófica e teológica – além de ser eminentemente racional e precursora dos métodos científicos modernos – é superior. Ele viu com os olhos do Espírito Santo, com as castas doçuras interiores dos toques místicos,[1] com a retidão do primeiro olhar de uma alma santa, reta e inocente.

É por isso que a Igreja atribuiu especial valor à obra do Aquinate: ele foi mais feliz em crer sem ver e tocar como Tomé, porque viu, distinguiu, creu através do olhar sobrenatural do qual ele tirou a inspiração de seu ensino, ou seja, da visão de uma imagem eterna quase beatífica, da qual gozaremos por toda a eternidade. É dessa forma que se pode dizer que São Tomás foi mais feliz que São Tomé, pois ele creu N’Aquele que real, genuína e misticamente havia “visto”.

Por Marcos Eduardo Melo dos Santos

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[1] La vision intellectuelle est la manifestation certaine d’un objet à l’intelligence, sans aucune dépendance actuelle des images sensibles. Elle se fait soit par des idées acquises surnaturellement coordonnées ou modifiées soit par des idées infuses, qui sont parfois d’ordre angélique. Elle requiert, en outre, une lumière infuse, celle du don de sagesse ou de la prophétie. […] La vision intellectuelle est parfois obscure et indistincte. […] D’autre fois, la vision intellectuelle est claire et distincte […]; c’est une sorte d’intuition des véritess divines ou des choses créées en Dieu. […] On reconnaît que ces faveurs viennent de Dieu aux effects qu’elles produisent: paix intime, sainte joie, profonde humilité, attachemente inébranlable a la virtu” (GARRIGOU-LAGRANGE, Les trois âges de la vie intérieure: prélude de celle du ciel, Op. Cit., p. 764-765. Tom. II).

Fonte: http://academico.arautos.org/tag/a-experiencia-cientifica-de-tome-e-a-mistica-de-tomas/

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Apostolado do Oratório dos Arautos do Evangelho chega à Ruanda

Kigali – Ruanda (Terça-feira, 02-07-2013, Gaudium Press) Ruanda. O nome deste país africano evoca no imaginário coletivo cenas de uma crueldade até então inéditas, no que se conheceu como o genocídio de Ruanda, violência que

ruanda_01.jpgteve seu clímax em 1994. Entretanto, e em meio de mil dificuldades, a Igreja ali continua desenvolvendo seu trabalho pastoral, que se manifesta crescente, curando as feridas, restaurando o tecido social, promovendo a paz através da pregação do Evangelho e da vida sacramental.

Neste pequeno país africano, de 8.600.000 habitantes -dos quais aproximadamente 60% é católico- as vocações sacerdotais florescem nas nove dioceses existentes. No trabalho de formação sacerdotal destaca-se o Seminário de São Carlos de Nyakibanda, na diocese ruanda_02.jpgde Butare, que foi construído no ano de 1953, e é auxiliado com ajudas do exterior, e que conta com 200 seminaristas provenientes de diversas dioceses.

Para apoiar o trabalho da Igreja local, os Arautos do Evangelho enviaram missionários do Canadá que foram até estas terras africanas, convidados por alguns sacerdotes e por famílias que participam do Apostolado do Oratório, em diversas localidades.ruanda_03.jpg

O Apostolado do Oratório é a peregrinação permanente de quadros do Imaculado Coração de Maria por grupos de 30 famílias, cada uma delas recebe o oratório uma vez por mês, ocasião na qual rendem culto especial à Mãe de Deus, de acordo com algumas instruções que as famílias se comprometem a cumprir. Este Apostolado tem sido relevante no fortalecimento da vida paroquial nos lugares onde está presente, particularmente em Ruanda.

A visita dos missionários dos Arautos à Ruanda tem sido ocasião também para tomar contato com todos os segmentos da povoação. Os missionários dos Arautos do Evangelho destacam em seus relatos a alegria que percebem na sociedade pela abundante presença de crianças, que estão por toda parte.

Os hábitos dos Arautos tem causado “sensação” entre os habitantes, que se aproximam dos missionários para pedir uma estampa de Nossa Senhora, para perguntar quem são e o que fazem, alguns para tirar fotos ao lado dos missionários, inclusive declarando-se de forma antecipada como ateus. “Osruanda_04.jpg ateus ruandeses são bem simpáticos”, declara o irmão François Boulay, um dos missionários. Durante a missão visitarão escolas, capelas, igrejas e diversas comunidades cristãs.

Além das famílias pertencentes ao Apostolado do Oratório, já existe um terciário dos Arautos do Evangelho no país, além de várias pessoas que desejam iniciar a formação de terciários para esta Associação Pontifícia. (GPE/EPC)

Gaudium Press / S. C.

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