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Santo Afonso e o Rosário

Santo Afonso Maria de Ligório, nos últimos anos da sua vida, encontrava-se já muito doente. Sofria de paralisia nas pernas e seu pescoço permanecia continuamente inclinado.

Como um refrigério no meio desse sofrimento, ele era levado de cadeira de rodas, por um irmão religioso, pelos corredores e redondezas do mosteiro,  enquanto rezavam o Santo Rosário.

Algumas vezes aconteceu de os dois não conseguirem recordar em que conjunto de mistérios tinham parado a recitação do Rosário. O irmão, preocupado pela saúde de  Santo Afonso, dizia-lhe então:

– Certamente estamos no último… O senhor se encontra muito cansado e seria melhor ir prontamente a repousar.

A resposta não se fazia esperar:

– Irmão, o senhor não sabe que se eu deixar passar um dia sem rezar o Rosário completo, posso comprometer a minha salvação eterna?

E o santo fazia questão de começar novamente a recitação do Rosário!

Esse era o zelo pela salvação eterna do maior moralista, também doutor da Igreja, de quem ficou proverbial esta frase, colhida em um dos seus livros: “Quem reza se salva e quem não reza se condena”.

Sim, deixando de completar diariamente esse elo que o unia à Santíssima Virgem, o santo tinha presente que as suas forças em algo se debilitariam e, das próximas vezes, seria fácil dizer: “é verdade, irmão, vamos dormir”. E quem sabe, tempo depois, poderia vir a triste afirmação: “hoje não dá para rezar…”.

Como grande moralista, Santo Afonso tinha bem claro que o cometer um pecado grave, merecedor do inferno, é algo preparado muito anteriromente pela debilitação da alma, o que com facilidade se dá quando se descuida a prática assídua da oração (ver mais, a esse respeito, em post do dia 20 de agosto).

Texto: Fernando Tamura

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