Quem foram eles: Melchior, Gaspar e Baltasar?
Fernanda Cordeiro Fonseca, extraído do jornal do estudante chez nous
É noite de inverno… Numa pobre manjedoura, encontra-se reclinado o esperado das nações e o anunciado pelos profetas: o Messias. Ao seu redor, apenas sua Mãe Santíssima e o varão justo por excelência O adoram profundamente. Para mitigar o frio, acalenta-O o bafo dos animais.
Quão extraordinário seria se pudéssemos, ao menos por um instante, assistir a esta miraculosa cena por uma fresta da inóspita gruta de Belém.
Contudo, a Divina Providência concedeu a graça, não apenas de presenciar este acontecimento mas ainda de ter nos próprios braços o Divino Infante, a misteriosos varões: os três Reis Magos.
O Evangelho os qualifica de ” Magos “, palavra que, à primeira vista, erroneamente ligaríamos a encanto e feitiçaria. Ao contrário, ela especifica, no Oriente, o homem sábio, perito em astrologia.
Segundo a mística Beata Ana Catarina Emmerick, 500 anos antes do nascimento de Jesus, o estudo dos astros estava em decadência. Os únicos pagãos em que se achava aceso o desejo da vinda do Menino Prometido, e que acreditavam na profecia de Balaão sobre a estrela de Jacó, eram os Reis Magos.
Devemos o aspecto físico dos ilustres personagens a S. Beda, que também recolheu seus nomes. Assim sendo, a Tradição diz-nos que: “O primeiro foi Melchior, velho, de barba e cabelos longos e brancos… o segundo tinha por nome Gaspar e era jovem e ruivo… O terceiro, negro e totalmente barbado, se chamava Baltasar.” Estes nomes lhes designam o caráter: Gaspar – vai com amor; Melchior- aproxima-se com humildade; e Baltasar – age profundamente, conformando sua vontade com a de Deus.
Em uma homilia, nosso Fundador comentou o belo exemplo de despretensão dado por estes pagãos, provavelmente oriundos da Pérsia, atual Irã:
– Estes reis, sem nunca terem lido uma palavra da Escritura ou tido contato com algum profeta, são tocados pelo Espírito Santo e crêem nesta revelação a propósito de uma estrela, que lhes aparece, se movimenta, e os convida a abandonar a vida que levavam naquele tempo e a atravessar o deserto com todas as agruras e dificuldades que pudessem encontrar pelo caminho.[…] Surgiu esta luz e não puseram dúvida. Isto sim, puseram-se a caminho.”
Neste Natal, sigamos os Reis Magos numa adesão total ao Menino Jesus.