Peculiaridades históricas da origem do Brasil

Rio de Janeiro

Por Mary Teresa MacIsaac,
2ª Série. Extraído do jornal do estudante: Chez nous, nº35.

Cada nome que é criado tem uma pequena história. Poucos são as denominações com origem desconhecida ou dos quais não se sabe por que foram adotados. Mesmo na História do Brasil houve inúmeras peculiaridades assim.

Ao chegarem os portugueses na então Terra de Santa Cruz, escolheram o nome de “Todos os Santos” à baía onde aportaram, por ser o dia 1º de Novembro;

“Rio de Janeiro”, pois lá chegaram durante o mês de Janeiro, e acharam que estavam entrando na foz de um rio;

“Olinda” porque quando Nicolau Coelho chegou lá, exclamou: “Ó linda!”;

“Fernando de Noronha” em honra ao seu descobridor (que na realidade chamava-se Fernão de Loronha), e assim por diante.

Francisco I Rey de Francia – Castillo de Blois

 Entretanto, há uma outra denominação que sofreu mudanças bastante mais curiosas. O Barão de Saint Blancard, almirante da esquadra do Rei Cristão de França, possuía grandes aspirações coloniais. Por que não fundar uma nova França naquele território riquíssimo além-mar? Era tão vasto, pensou ele, que seria muito fácil aportar, colonizar e extrair riquezas sem que ninguém o percebesse. O Rei Francisco I aprovou sua ideia. Vieram então ao Brasil cento e vinte homens de guerra, num navio chamado La Pellerine.

Os franceses escolheram o Nordeste, lugar estratégico, pois era o ponto mais próximo da França. O local havia sido colonizado por um português, chamado Fernão Buco, mas fora abandonado por serem os índios demasiado ferozes. Chegaram os franceses e encheram La Pellerine de pau-brasil, papagaios e macacos. Construíram uma fortaleza e deixaram o senhor De la Motte com alguns outros para tomarem conta do lugar, até voltarem.

O senhor De la Motte encontrou-se com os índios, distribuiu presentes e perguntou-lhes o nome do lugar. Estes, nada entendendo do francês, responderam: “Fernão Buco”. Os franceses passaram então a chamar o local de “Fernam Buquo”, pois não conseguiam pronunciar “ão”. Mais tarde os portugueses os expulsaram da região, a qual, com o passar do tempo, ficou chamada: “Pernambuco”.