Artigo da semana: "Até aí, morreu o neves!"
Por Allan Bonfanti, 1° ano de Filosofia – extraído do jornal estudantil chez nous
Recentemente, em uma das aulas da faculdade aconteceu algo curioso: durante uma conversa surgiu a famosa expressão: “Até aí morreu o Neves”! E qual não foi o espanto, quando um aluno (vietnamita), levou certo susto, e comentou com outro: “Nossa! Morreu o Neves! Quem será ele?”
Surpresa para uns, e gargalhadas para outros. Mas de fato, esta é uma expressão usada popularmente, cuja origem, caracteristicamente brasileira, é pouco conhecida:
Joaquim Pereira Neves foi assessor do Padre Feijó, durante o período do Brasil Império. Teve uma morte horrível, sendo decapitado pelos índios. Não se falava sobre mais nada na Capital – Rio de Janeiro, na época – a não ser da morte do Neves. E tanto se comentava isso, que as pessoas começaram a dizer: “Até aí morreu o Neves”, ou seja: “quero novidades”. A expressão significa que embora a morte do Neves seja um fato grave (alguém morreu), como ele representa apenas um ilustre desconhecido sem qualquer relação com os interlocutores, o fato não traz maior implicação, e pode ser ignorado.
Enriqueçamos cada vez mais nosso vocabulário. E que o desconhecimento de ilustres personagens, tais como o Conselheiro Acácio ou o Neves, não sejam obstáculo para bem acompanharmos as aulas…