Uma andorinha faz verão?
Por Gervásio José Goulart, 8º ano. Extraído do jornal do estudante: Chez Nous, nº36
Durante a vida nesta Terra pode acontecer que várias coisas, aliás de profundo significado, nos passem despercebidas. O próprio Mons. João Clá Dias, EP, nos ensina que Deus dá aos homens a capacidade de ver, nas coisas naturais, reflexos sobrenaturais. Mas por que muitas vezes não fazemos uso dessa capacidade? O corre-corre da vida no nosso século torna difícil prestar atenção em tais reflexos.
O beato Angélico nos dá a esse propósito um belo exemplo, visível no seu quadro da Anunciação. Contemplando essa magnífica obra, notamos uma discreta presença: uma andorinha. Poder-se-ia perguntar: por que foi representada uma andorinha e não um cordeiro, que é um dos mais frequentes símbolos do Salvador?
O fato é o seguinte: em alguns países cujo inverno é rigoroso as aves migratórias, sentindo a chegada da estação, voam para as regiões mais quentes, a fim de sobreviverem. Quando prevêem o retorno do verão, voltam para o local de onde vieram.
Por isso, Fra Angélico pintou essa pequena ave no quadro da Saudação Angélica, para simbolizar que o Sol de Justiça, Nosso Senhor Jesus Cristo, estava para nascer. A andorinha estava ali esperando a Natividade de seu Criador.
Peçamos a Deus que nos dê a graça de ver, em todas as realidades naturais, os reflexos sobrenaturais.