Felipe Neri: Santo ou não?
Por Aline Karolina de Souza Lima, – extraído do jornal do estudante chez nous
Era o ano de 1621. Roma alegrava-se com o pontificado de GregórioXV. No Vaticano, porém, cardeais, clérigos e leigos debatiam um assunto que causava muita polêmica na época: santo ou não? Era o fundador da congregação do Oratório, cujo processo de canonização há tempos era discutido.
Felipe Néri destacara-se muito por suas virtudes de santidade. Todos tinham verdadeiro encanto por ele, pois sabiam que era um relicário vivo. Entretanto, uma coisa inquietava o advogado do diabo: “Como poderia ser este homem um santo, se suas atitudes não demonstravam seriedade?” Era sabido que o apostolado de Felipe Néri criava uma atmosfera na qual a alegria era a virtude que mais sobressaía, o que para o advogado do diabo constituía uma falta de seriedade.
Ora, enquanto todos os participantes da reunião discutiam, o advogado do diabo se levanta e proclama sua argumentação: “Felipe Néri não pode ser canonizado, pois demonstrou durante sua vida, em seus atos e palavras, sobretudo no seu apostolado, muita falta de seriedade.” Um forte burburinho ecoa pela sala. Todos se entreolham como que perguntando: quem seria capaz de atestar que este argumento era falso?
Reconheciam não possuir o conhecimento necessário a respeito de sua história para debater contra esta alegação. Porém, não podiam eles encerrar o processo de canonização deste homem tão amado por todos, tão somente por não terem habilidade de ir contra uma argumentação feita pelo advogado do diabo…
De súbito, os presentes perceberam que não estavam sozinhos. Felipe Néri fizera-se presente no meio deles e, com o seu sorriso característico, disse: “Não importa se me canonizam ou não; já gozo das alegrias do Céu!” E desapareceu. À vista deste fato, não houve quem duvidasse de sua santidade. O Papa Gregório XV aprovou a canonização de São Felipe Neri!