Por Yuri Zinatto, extraído do jornal do estudante chez nous
Durante uma reunião recente, o reitor de nosso Seminário utilizou a palavra“busílis”, e para nossa surpresa, escutamos uma pergunta ao lado: Mas quem foi ele?
Vejamos se conseguimos explicar “quem foi ele”…
Em um imenso mosteiro, com grossas paredes, iluminado a luz de velas e repleto de santos monges, espalhou-se a notícia de que mais um noviço acabara de ser recebido. Naturalmente, o novo confrade foi logo instalado em sua cela, e recebeu a explicação dos horários e da disciplina que vigoravam entre aquelas santas paredes.
Também lhe foi dito quais as funções que receberia no decorrer das semanas, tais como a de oficiante (responsável por entoar os cânticos), servidor da mesa, curador da regra, e… a função de leitor.
Passou o tempo, e chegou a semana em que o novo irmão foi escalado para fazer a leitura na comunidade… Toca o sino! Todos os monges se reúnem na capela, para irem cantando os salmos penitenciais em cortejo até o refeitório. Nesse ínterim, o monge, no púlpito, marcava o que iria ler, logo após a recitação do Ante Prandium.
Todos chegaram, tomaram seus lugares, e iniciou-se o cântico. Depois sentaram-se, e o nosso monge começou a leitura, em latim. Estava um tanto inseguro, por se tratar da primeira vez que exercia a função. Ao chegar ao fim da primeira página leu:”in die“, logo virou a página e pronunciou o que ele acreditava ser a próxima palavra: “busílis”
Então os monges, já letrados em latim, pensaram se tratar de uma palavra nova, desconhecida por eles. Tentaram, durante alguns dias, resolver aquela incógnita… Sem resultado algum. Procuraram nos mais variados dicionários, e nada encontraram. Faziam todo o esforço possível, mas não conseguiam resolver o “busílis”! O próprio noviço auxiliava na procura da enigmática palavra, mas era tudo em vão…
Qual não foi a surpresa dos monges, quando foram verificar no próprio livro das leituras, que o termo lido como “busílis”, na verdade se referia à continuação da última palavra da página anterior, a qual, lida corretamente era: “in diebus illis” (naqueles dias), e não ” in die busillis”!
Portanto, quando emprega -se o termo “resolver o busílis”, significa o seguinte: descobrir o ponto principal de uma dificuldade, ou problema.
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