Thabor

Conheça aqui essa residência dos Arautos do Evangelho

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Entrevista com Mons. Sérgio Costa Couto

mons-sergioNa última semana, de 18 a 24 de outubro, Monsenhor Sérgio Costa Couto,  capelão da Igreja do Outeiro da Glória, (RJ) e Vigário para os Fiéis Orientais sem Ordinariato do Brasil, esteve hospedado no Thabor e deu um curso intensivo de Direito Canônico a alguns clérigos dos Arautos. Aproveitou-se a ocasião para fazer uma entrevista com ele, exclusiva para o blog do Thabor:

Blog Thabor: O senhor poderia contar um pouco como se deu o primeiro contato com os Arautos?

 Mons. Sérgio: Eu tenho uma antiga amizade com os arautos. Sou capelão do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro e, algumas vezes, pela própria devoção mariana dos Arautos, eu sempre os via e lhes falava alguma coisa mas, não tinha um maior contato. Isto até ao momento em que assisti ao Papa João Paulo II, numa Audiência geral, cumprimentando, reconhecendo, aprovando os Arautos como Associação de Direito Pontifício. E, pouco tempo depois, chegaram para mim e disse; Olha, não precisam dizer mais nada, porque o Papa já me disse. Então, eu quero dizer que a partir deste momento vocês podem contar comigo para o que precisarem. Eu acho isso a coisa mais elementar, que qualquer padre católico pode fazer com aquelas instituições que são reconhecidas pela Igreja, e que estão a serviço da Igreja tal como ela deve ser servida.

 Blog Thabor: O senhor está aqui dando um curso de Direito Canônico. Qual é a importância de estudar esta matéria?

mons-sergio-celebrando Mons. Sérgio: Em primeiro lugar, o Direito Canônico está na base da legislação de muitas sociedades. Faz parte da formação que a Igreja quer dar para os seus sacerdotes. E, graças a Deus, os Arautos  têm aumentado o seu número de clérigos. Todos os sacerdotes, é claro, devem ter uma boa formação de Direito Canônico, sendo que, assim como um grupo se vai especializar em Teologia Dogmática, outro em  Bíblica, Liturgia, Moral etc., um grupo também vai fazer mestrado em Direito Canônico. E isso é feito através do nosso Instituto Pontifício Superior de Direito Canônico da arquidiocese do Rio de Janeiro, através de intensos trabalhos, exames e, mais para a frente, a defesa de tese. Mas, vale a pena! Quero dizer que o ambiente aqui também cooperou… é extremamente agradável.

Blog Thabor: Que mensagem o senhor gostaria de compartilhar com os leitores do blog do Thabor?

 Note que os Arautos têm um carisma visível que se nota pelo hábito, pelo canto, pelo trabalho artístico que se tem em volta da valorização da beleza. Mantenham este carisma. Mantenham com tranqüilidade, com amor. O mundo precisa  desta valorização da beleza. Acho que muitos Institutos Religiosos que se encontram numa situação difícil, com poucos membros, é justamente por isto. Estes Institutos precisam manter os seus carismas e oferecê-los, dizendo assim: Nós somos desta maneira, essa é a nossa vocação, é isso que queremos oferecer com imenso carinho ao mundo, sem sermos contra ninguém, mas procurando como diz o Papa Bento XVI: ‘Abraçar a todos com amor e procurar levá-los a Cristo Senhor, sob o patrocínio de Sua Mãe Amorosa, Maria Santíssima. É isso que podemos dizer. É o testemunho constante, é o testemunho da nossa fé, é o testemunho da nossa esperança’.

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Artigo da semana: Quando se perde tempo admirando?

Escrito por Inácio Almeida – Estudante do Angelicum – Roma.

Após um nutritivo almoço de domingo, enquanto alguns se dirigiam aos aposentos para a tão reconfortante sesta, resolvemos rezar o Rosário caminhando nas proximidades da floresta que circunda o Thabor.

Naquela tarde, a natureza inteira parecia querer também cumprir o preceito do descanso dominical. Com o clima pouco propício às longas caminhadas, decidimos parar à sombra de uma frondosa árvore. Mal havíamos recitado as primeiras Ave-Marias do Rosário, um zumbido como de uma flecha desviou-nos a atenção.

colibriAo levantarmos os olhos, vimos um pequeno pássaro, ágil como o pensamento, que cortava o ar com manobras inesperadas. Suas asas, de tão rápidas, tornavam-se quase invisíveis. Tal era a sua beleza que, a nosso ver, esta ave parecia ter fugido por alguma brecha da porta do paraíso para vir habitar em nosso meio. Logo percebemos que se tratava de um colibri.

No mesmo instante, nos veio à mente o sermão pronunciado pelo Mons. João, que na manhã daquele domingo, dizia:“Deus enriqueceu todo o universo com uma imensa e harmoniosa diversidade de seres e o melhor modo de conhecermos a beleza do Criador é admirar a Pulchritude do universo por Ele criado”.

 O colibri, qual embaixador de Deus junto às solitárias flores, manifestava um desejo imenso de relacionar-se, de entrar em contato com aquelas flores, pois o Criador de todas as coisas é que lhes tinha dado o perfume, o colorido e o charme;

Também, se grande é o desejo do colibri encontrar a flor, infinitamente maior é o desejo que Deus tem de entrar em contato conosco. Ele se fez homem como nós e veio habitar em nosso meio. Um dia, os seus lábios divinos pronunciaram estas palavras: “A minha alegria é estar junto aos filhos dos homens”. Sendo assim, nossa alma deveria estar também repleta desta mesma alegria de conviver, de estar junto a Deus que se faz visível através de suas criaturas.

Quando ainda estávamos absortos nestas considerações, o sino da capela tocou nos convidando à oração. Porém, aquele pequeno visitante, assustado com este timbre que lhe era desconhecido, voou para longe, onde nossos olhos não mais podiam contemplar. Pouco tempo restava para fazermos a nós mesmos uma última indagação.

Será que não perdemos tempo em analisar esta ave junto à flor? Não teria sido melhor termos cumprido primeiramente o propósito de rezar Rosário? Por que não aproveitamos este tempo para “fazer as coisas práticas” de que o homem moderno tanto se ufana?

 Quanto à conclusão, esta tendeu para a negativa, pois segundo o Catecismo da Igreja Católica: “é sobretudo a partir das realidades da criação que se vive a oração“(CIC 2569). Convém lembrar também a bela frase de Santa Teresa do Menino Jesus: “para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um brado de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”.  

Enfim, alguém poderia objetar que estes comentários nada possuem de “científico” e que carecem de maiores conhecimentos de zoologia e botânica. É verdade, entretanto, o homem não foi criado para ver a natureza como se ela fosse somente um imenso composto de fenômenos físicos ou de reações químicas, mas sim, para procurar as impressões digitais de Deus no Universo e fazer destas impressões uma prece “a Quem fez o céu e a terra”.         

colibri-2***

Já na capela, diante do Santíssimo Sacramento, rezando o Santo Rosário, estávamos inundados de uma alegria interior, pois aquela “oração” junto ao colibri, assegurou-nos que “a solidão é uma ilusão”, pois Deus sempre está conosco e a natureza nada mais é do que um grande livro que nos remete ao sobrenatural. Entretanto, é necessário que se saiba lê-lo.

E se, porventura, os céus da Judéia fossem também habitados por estas encantadoras aves, quiçá, o Poeta Divino depois de ter contemplado os lírios do campo, poderia ter dito: “olhai os colibris que voam no céu, eles não tecem nem fiam, entretanto eu vos digo, nem Salomão com toda a sua pompa se vestiu como eles…”

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