Thabor

Conheça aqui essa residência dos Arautos do Evangelho

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A Oração: Lembrança do Curso de Férias I

Em anterior post, tivemos a oportunidade de contar aos leitores qual foi o presente que receberam os participantes do último Curso de Férias, no mês de Julho. Agora queríamos compartir-lhes, ao longo de três posts, o texto do livreto-lembrança que eles ganharam, o qual continha o resumo das principais matérias tratadas ao longos das reuniões e teatros. Esperamos lhes sirva para se aprofundarem nesse tema fundamental da vida cristã, que é a oração, o qual deve modelar, em especial, o perfil de um arauto do Evangelho.

 Sem o alimento não é possível a vida. Caso ele venha a faltar-nos, logo nos acometem debilidade e doenças, quando não a morte. Também é assim a nossa alma, cujo “alimento” é a oração. Se esta é abandonada, não tarda a vontade em enfraquecer-se, cedendo lugar às enfermidades do pecado, fazendo-se necessária a medicina espiritual da Confissão. Ora, quanto empenho dedicamos diariamente ao corpo, a fim de não o vermos fenecer! Por que não havemos de cuidar com igual esmero daquela que é imortal e a parte mais importante do nosso ser? Sem a oração não é possível a vida eterna, por isso, “bem sabe viver, quem sabe rezar bem”.[1]

 No Novo Testamento  Nosso Senhor Jesus Cristo teve como um dos seus principais objetivos ensinar-nos a rezar. Como procedia Ele face aos seus sofrimentos humanos? Retirava-se a lugares ermos e elevava fervorosas súplicas ao Pai. Os autores sagrados transmitiram-nos, a esse respeito, inúmeros conselhos da doutrina do Divino Mestre. Eis alguns: “Até agora, não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para a vossa alegria ser completa” (Jo 16, 24); “Alegrai-vos sempre, orai sem cessar, em todas as circunstâncias, dando graças”  (1 Ts 5, 17-18); “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração” (Fl 4, 6-7).

 Espécies – A oração pode ser: a) mental ou vocal; b) privada, quando se reza em nome próprio, ou pública, quando a oração é feita em nome da autoridade da Igreja, por alguém apto para isso, por exemplo, um sacerdote durante a celebração da Santa Missa.

 Eficácia – “Tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis” (Mc 11, 24). A oração é um recurso onipotente – desde que satisfaça as devidas condições –,  porque a sua força reside no ilimitado poder de Deus. “A oração é a força do homem e a debilidade de Deus”,[2] pois, como Ele tudo pode, é solícito em nos atender. Por isso, “nada há mais poderoso do que um homem que reza”.[3]

 Necessidade – A oração constitui parte tão essencial da Religião que, quando alguém a abandona, já não se pode dizer a seu respeito, com toda a propriedade, que é um católico fiel. A final, somos nós os que precisamos da oração, e não Deus.

1o Ela constitui um dever de: a) adoração; b) ação de graças; c) pedido de perdão.

2o É necessária para a nossa salvação. Quem reza, certamente se salva e quem não reza, certamente será condenado. Todos os bem-aventurados, exceto as crianças, salvaram-se pela oração. Todos os condenados se perderam porque não rezaram. Se tivessem rezado, não se teriam perdido. E este é e será o maior desespero no inferno: o poder ter alcançado a salvação com facilidade, pedindo a Deus as graças necessárias. E, agora, esses miseráveis não têm mais tempo de rezar”.[4] Nosso Criador “quer salvar-nos, entretanto, quer salvar-nos como vencedores”.[5] “É vigiando na oração que não se cai na tentação (Cf. Lc 22, 40. 46) ”.[6]

 Condições para ser atendida Pode acontecer de nem sempre obtermos exatamente o que pedimos, pois Deus nos ama e sabe o que mais nos convém. Um pai que atenda todos os desejos de seu filho, mesmo aqueles que lhe são prejudiciais, não o ama de verdade. Nosso Pai celestial não é assim. Por isso, temos de rezar por amor e não por interesse. Se quisermos nos beneficiar da magnífica promessa de Cristo – “O que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará” (Jo 16,23) – devemos satisfazer quatro condições:[7]

1o Pedir por si mesmo, pois, obter a salvação, e tudo o que a ela nos conduz, é principalmente um dever pessoal; assim, quando se reza pelos outros, é necessária também a sua correspondência à graça, para alcançar o que se pede;

2o Pedir algo necessário para a salvação eterna, porque não pode ser atendido, em nome de Jesus, um pedido que possa comprometê-la;

3o Pedir com piedade, entregando-nos nas mãos de Deus, pois é necessário desconfiar de nós mesmos e confiar n’Aquele que dá a sua graça aos humildes e a nega aos soberbos: quem pede é porque realmente se considera necessitado;

4o Pedir com perseverança é nunca deixar de rezar, pois “a graça da salvação não é uma só graça, mas uma corrente de graças, as quais vêm todas se unir à graça da perseverança final”.[8]

 Texto: Sebastián Correa Velásquez


[1] Santo Agostinho. Apud Santo Afonso Maria de Ligório. A oração: o grande meio para alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que desejamos. Aparecida: Santuário, 1992, p. 27.

[2] Frase atribuída a Santo Agostinho.

[3] São João Crisóstomo. Epistola 48. Apud Santo Afonso Maria de Ligório. Op. Cit., p. 55.

[4] Santo Afonso Maria de Ligório. Op. Cit., p. 42.

[5] Santo Afonso Maria de Ligório. Op. Cit., p. 44.

[6] Catecismo da Igreja Católica. n. 2612.

[7] Cf. São Tomás de Aquino. Suma Teológica. II-II, q. 83, a. 15, ad. 2.

[8] Santo Afonso Maria de Ligório. Op. Cit., p. 86.

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Um dia de aulas no Thabor

No Thabor o despertar é cedo. Logo de manhã o dia se inicia com a Santa Missa. O canto gregoriano ecoa por todos os recintos e, aos poucos, a basílica é banhada pela luz do sol, a qual, de maneira resplendente, ilumina os policromados vitrais que a adornam. A Santa Celebração é o primeiro programa, pois qualquer ação só é bem feita, quando embebida pela vida interior.

O próximo programa é o café da manhã, após o qual é preciso ser ágil, porque em pouco tempo soará o sino, anunciando o alardo de início das aulas. Já formados em suas respectivas fileiras, os alunos cantam o Credo, em latim, e depois saem em passo ritmado, rumo às respectivas salas. À frente, cercado por quatro guardas de honra, o estandarte dos Arautos do Evangelho precede o desfile, ostentando um brasão no qual estão representadas as três devoções mais importantes para um arauto: o Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora e o Papa.
Tudo é acompanhado com músicas próprias, as quais colaboram para dar clave e o ritmo ao cerimonial. A orquestra é conformada por 105 instrumentistas, das mais variadas idades, localidades do Brasil e países do Mundo. O repertório é amplo. Para cada dia da semana, existe uma sequência diferente, as quais somam oito ao todo e cada uma delas contém seis músicas, resultando um total de 48 peças.
Imediatamente depois começam as aulas. No prédio onde funcionam o colégio e a faculdade, a distribuição dos alunos é a mais diversa: os mais jovens cumprem o ciclo escolar do ensino-médio, localizando-se no andar térreo; nos outros dois andares, encontram-se os cursos superiores de Filosofia (3 anos) e Teologia (4 anos). O estudo tem um papel fundamental na formação de um arauto do Evangelho, conforme afirmava Mons. João S. Clá Dias em uma das suas numerosas homilias: “devemos ser leões no estudo e águias na contemplação”.

Além de todas as obrigações de estudante, todo arauto do Thabor possui alguma função, como cuidar da sacristia, hospedagem, refeitório, alfaiataria ou tantas outras que uma casa dessas proporções comporta. Há também outras funções que não são fixas, mas rotativas semanalmente. No Domingo à noite, é publicada sempre uma escalação daqueles que devem exercer incumbências como, por exemplo, servir a mesa em determinado dia, atender as ligações telefônicas noutro, fazer a leitura durante as refeições dessa semana, etc.
Queremos destacar, entretanto, uma função muito importante e que, por isso, é fixa. Enquanto muitos arautos se encontram na ação, quer em estudos ou trabalhos, na capela de adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, dentro da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, há sempre um arauto adorando a Sagrada Hóstia consagrada, em atitude de oração e recolhimento. Sim, de hora em hora os residentes do Thabor alternam-se para fazer essa guarda de honra a Jesus sacramentado, inclusive durante a madrugada. Assim, cada semana completa-se o número de 168 horas em que a Eucaristia ali está exposta para adoração, tornando-se verdadeira fonte de graças e de proteção para todos.

Chegado o fim da tarde, o toque do sino da basílica, às 6:00 hs., convida para oração do Angelus e também para o início da Missa plenária, ou seja, com a participação de grande parte dos Arautos do Evangelho que residem em várias casas, na cidade de São Paulo. Reúnem-se cerca de 800 pessoas.
Terminado o dia, após o jantar, há o canto de Completas, prece final da Liturgia das Horas. Os Salmos são entoados alternadamente por duas alas e, no final de tudo, entoa-se a Salve Regina, para agradecer à Mãe de Deus pelo dia transcorrido. O ambiente de silêncio e recolhimento reina, após esse último ato em conjunto. Todos os trabalhos cessam, pois é o momento em que os homens devem se calar para que os anjos falem. Finalmente, as luzes vão se apagando e o nosso relato também termina.

Texto: Marcus Vinícius
Fotos: Thiago Tamura

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Até o próximo Curso de Férias!

Último dia do Curso de Férias. Nada como terminar tão abençoado período de reuniões, com uma Celebração Eucarística solene. Chegando ao Thabor, os participantes do curso formaram na praça, em frente à basílica. Antes da Missa, a qual teria lugar dentro do templo, realizou-se uma bela cerimônia entorno à imagem de Nossa Senhora de Fátima, na qual alguns proclamadores recordaram a importância da oração na vida de um arauto do Evangelho. Iniciou-se, então, um magnífico desfile que culminou ingressando na basílica de Nossa Senhora do Rosário.

O Pe. Santiago Morazzani Arraiz celebrou a Eucaristia, após a qual houve exposição do Santíssimo Sacramento e benção solene. Terminado o ato, todos os presentes se dirigiram ao refeitório do Thabor, onde estavam montados lugares para mais de 850 pessoas. Procedeu-se, então, ao almoço de despedida: uma autêntica salsichada alemã e, de sobremesa, o saboroso strudel de maçã. Os arautos se dispuseram nas mesas, compartilhando, mais do que os alimentos, todas as graças recebidas.

No final da refeição, o Pe. Antônio Guerra dirigiu umas palavras de despedida, apresentando as surpresas que os organizadores do Curso de Férias tinham preparado para os participantes: um belo devocionário, intitulado Preces, contendo as principais orações lidas que um fervoroso arauto do Evangelho recita diariamente — além da oração da Liturgia das Horas; e também um livreto, intitulado A Oração, o qual continha um resumo ilustrado dos temas tratados ao longo das exposições desses dias.

Os personagens de mais destaque, ao longo do Curso de Férias, distribuíram as lembranças, o que formou um belo quadro cenográfico. Sobretudo, os mais jovens dentre os participantes queriam receber a recordação, de mãos do protagonista que mais lhes despertara o entusiasmo durante as encenações. E, desconhecendo o nome real da pessoa a fazer o papel, chamavam-no de modo pitoresco pelo nome que assumira durante o teatro.

A nota tônica durante todo o Curso de Férias, e especialmente nesse último dia, foi a alegria de conviver com pessoas que compartem os mesmos ideais de amor a Deus, por meio da sua Mãe Santíssima, no seio da Santa Igreja Católica Apostólica e Romana.

Texto: Sebastián Correa Velásquez; Fotos: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara.

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A mais antiga oração à Santíssima Virgem

Em anterior post, tivemos a oportunidade de deter-nos sobre o que foi tratado, no Curso de Férias, acerca da devoção à Santíssima Virgem. Conforme prometido, queremos continuar a transmitir-lhes outro ponto importantíssimo dessa devoção: o Santo Rosário.

Apesar de alguns historiadores considerarem o Sub tuum presidium como a primeira oração composta a Nossa Senhora – devido à recente descoberta de um documento do séc. III –, partindo da Fé nas Sagradas Escrituras, verdadeiramente podemos considerar como a mais antiga oração aquela que foi recitada, por primeira vez, pela voz de um anjo: “Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco” (Lc 1, 42); e logo depois, o cântico de Santa Isabel: “Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre(Lc 1, 42). A junção dessas duas saudações constituiu uma única oração, que, no séc. IV, já era habitualmente empregada desse modo, inclusive dentro da liturgia oriental, herdeira do apóstolo São Tiago, após o rito da Consagração.[1]

Entretanto, a piedade dos fiéis não se sentia satisfeita. Como corolário desse ato de louvor, era necessário fazer um de súplica. Por isso, paulatinamente, foi sendo acrescentada uma segunda parte: “Santa Maria, Mãe de Deus; rogai por nós pecadores; agora e na hora de nossa morte”. Estava assim composta a “Ave Maria” como a conhecemos até hoje, a qual somente foi introduzida na liturgia do Ocidente, de maneira oficial, pelo Papa São Pio V em 1568, com a publicação do Breviário Romano. Mas, desde longa data, já era uma prece comum na Igreja Católica.

O Santo Rosário O fato de as palavras da Ave Maria serem tão gratas à Santíssima Virgem, impeliu os cristãos a multiplicarem o número de vezes da sua recitação, na esperança de se tornarem, como que, um eco daquelas saudações evangélicas que tanto A encheram de alegria. Assim, à imitação do devocionário mais famoso de todos os tempos, o Livro dos Salmos, criou-se então o costume de rezar um total de 150 Ave Marias,[2] as quais depois foram divididas em dezenas, encabeçadas pelo Pai Nosso, meditando-se em cada uma delas um dos principais mistérios da nossa Redenção. Assim nasceu o Santo Rosário, o qual é uma “síntese de todo o Evangelho”.[3] Ele é um tesouro de espiritualidade, Teologia e Doutrina Católica.

No Curso de Férias, as excelências desta oração foram ensinadas por meio de um impressionante teatro sobre São Domingos de Gusmão. No séc. XIII, o sul da França foi assolado pela heresia catara que pervertia muitos católicos. O Divino Espírito Santo suscitou, então, esse homem providencial, fundador dos Dominicanos, para fazer frente a semelhantes erros. Quando se encontrava numa das principais cidades cátaras, desencadeou-se uma tempestade terrível, a qual parecia que ia dizimar a população. Todo o povo apavorado correu para a catedral à procura de refúgio. Ao cruzarem o limiar da porta, os sinos do templo começaram a repicar sozinhos e uma imagem de Nossa Senhora, de forma miraculosa, abaixou seu braço, apontando com o indicador na direção dos presentes.

Todos, sem saber como aplacar a cólera divina, acorreram a São Domingos pedindo-lhe que intercedesse perante Deus para obter o perdão dos pecados deles, causa de tão terrível castigo. Vendo neles um arrependimento sincero, o Santo tomou o seu Rosário, que há pouco recebera das mãos da própria Bem-aventurada Virgem, e asseverou-lhes ser esse o meio revelado pela bondade maternal de Maria, a fim de aplacar a infinita justiça de seu Filho. Tão só desfiavam as primeiras contas, o apocalíptico temporal acalmou-se e, terminada a oração, os vitrais da catedral começavam a ser iluminados por alvissareiros raios solares. Nesse momento, o terrível e santo dedo da imagem que os apontava ergueu-se para assinalar novamente na direção do Céu.

Esse belo fato, até com os seus mínimos detalhes (trovões, sinos e dedo que aponta), foi encenado magnificamente. Mas, junto a ele, foi apresentado também outro episódio da vida de São Domingos no qual ele exorcizava, através da oração do Rosário, um homem possuído por quinze mil demônios. No final do exorcismo, o santo obrigou os espíritos maus a confessarem quem era a pessoa que mais lhes causava desgostos e arruinava seus planos. Então, os demônios, depois de muito esbravejarem, tiveram de pronunciar o santíssimo nome de Nossa Senhora, para logo depois fugirem espavoridos.

Esse foi mais um abençoado dia de Curso de Férias!

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara


[1] Cf. Reus, João Batista. Curso de Liturgia. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1952, p. 54; Messori. Vittorio. Hipótesis sobre María: hechos, indicios, enigmas. Tradução de Lourdes Vásquez. Madrid: Libroslibres, 2007, p. 266.

[2] O Beato João Paulo II acrescentou mais cinquenta Ave Marias a esse número, ao incluir no Santo Rosário os mistérios Luminosos.

[3] Catecismo da Igreja Católica, n. 917.

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Italiano: nesse dia, a língua mais falada no Thabor

Segunda-Feira, dia da chegada do Papa Francisco ao Brasil, o Thabor teve a oportunidade de receber a visita de 250 peregrinos italianos, especialmente da região de Abruzzo e da ilha de Malta. Estavam de passagem por São Paulo, para, em breve, dirigirem-se ao Rio de Janeiro, a fim de se encontrarem com Sua Santidade.

Foi um verdadeiro encontro de carismas, pois a numerosa comitiva fazia parte do Caminho Neocatecumenal, e os Arautos do Evangelho acolheram-nos, precisamente, na clave dada pelo Santo Padre em seu primeiro discurso pronunciado em solo brasileiro: “Ninguém se sinta excluído do afeto do Papa”.[1]Os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira”,[2] e o Thabor, quanto lhe cabia, também alargou os seus “braços” para acolher, no transcurso de uma semana, pelo menos 350 pessoas que vieram para participar da Jornada Mundial da Juventude.

Nossos visitantes italianos chegaram ao Thabor por volta das 9:30 hs. Desceram dos cinco grandes ônibus nos quais tinham vindo e, já na porta dos veículos, foram acolhidos por um grupo de arautos do Thabor, com os quais puderam trocar as suas  primeiras impressões. Cruzando a praça frente à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, caso viessem com algum leve cansaço, por causa da extenuante viagem, logo desapareceu ao se depararem com a fachada do belo templo.

Algumas palavras de acolhida foram-lhes dirigidas pelo Diác. Dartagnan Alves de Oliveira e, em seguida, quem encabeçava o grupo dos neocatecumenais também lhes fez um convite à gratidão, por um lado, para com Deus que dispusera trazê-los até esse lugar e, por outro, para com esses jovens que os acolhiam tão amavelmente. Tudo fruto do amor a Deus – dizia ele –, “viemos de longe, nem nos conheciam e, entretanto, somos objeto de toda esta atenção”.

Às 10:30 hs., teve lugar a Santa Missa, celebrada pelo Pe. Mauricio de Oliveira Suzena, sacerdote Arauto do Evangelho e ex-pároco de uma paróquia na Itália. Logo após a Eucaristia, a banda do colégio internacional Arautos do Evangelho ofertou um pequeno concerto musical ao numeroso grupo de peregrinos, que os deixou enormemente agradados, pedindo mais de um bis e aplaudindo com entusiasmo no final da apresentação. O solo de percussão, de autoria dos próprios estudantes, parece ter especialmente feito vibrar as cordas internas dos naturais dessa nação de músicos que é a Itália.

Não podia faltar também a boa mesa. Por volta das 12:30 hs., foi-lhes servido um almoço no refeitório do Thabor, onde ainda estava montado o cenário do Curso de Férias, o qual finalizara no sábado passado. Terminada a refeição, depois de alguns instantes de agradecimentos, os visitantes se despediram efusivos, fazendo numerosos pedidos de orações e perguntas sobre como entrar em contato com os Arautos do Evangelho na Itália e em outros países do mundo.

 

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Alejandro López Vergara

 

[1] Palavras do Papa Francisco no seu discurso durante a cerimônia de boas-vindas ao Brasil em 22 jul. 2013.

[2] Idem.

 

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Um dia “sem teatro”

Tínhamos interrompido um pouco a narração do desenvolvimento do Curso de Férias, em primeiro lugar, para contar-lhes a importante visita eclesiástica que recebemos na sexta-feira e, em segundo lugar, para destinar um post especialmente aos pais de família dos participantes, a fim de contar-lhes como transcorria um dia de seus filhos, no Thabor.

Queremos, pois, continuar o relato dos demais teatros que marcaram esses dias. Nos últimos posts a esse respeito, estávamos considerando as petições do Pai Nosso, ao qual foi dedicada a terça-feira do Curso de Férias. Ora, o dia seguinte foi bastante diferente e parecia desviar-se um tanto do tema da oração.  Por certo, o Cardeal de Madrid com os Bispos que o acompanhavam não foram os únicos personagens da vida real que, ao longo desta semana, fizeram-se presentes no palco… Na Quarta-Feira, com efeito, não houve teatros, mas houve a apresentação de realidades: o dia-a-dia de um arauto do Thabor.

A reunião começou com um solene cortejo de vários arautos revestidos de bela capa branca, os quais recitavam, em canto gregoriano e língua latina, a ladainha do Sagrado Coração de Jesus. Algo inesperado para todos os assistentes, pois o tema da vida comunitária, à qual a grande maioria deles ali aspira, até agora não tinha sido apresentada dessa maneira.

Foram realizadas as mais variadas cenas como, por exemplo, uma refeição com todas as suas peculiaridades: cântico das orações iniciais; o costume de um leitor, nesses momentos, transmitir a todos algum texto edificante; o belo cerimonial para os que chegam atrasados à refeição explicarem o motivo da sua demora; o modo de pedir aos servidores algum alimento. Em fim, o intuito era mostrar aos assistentes que todos esses e tantos outros detalhes visam incutir num arauto do Evangelho a importância de conservar a compostura, mesmo quando está comendo, e elevar sempre a sua mente para a sublime vocação que todo batizado tem, devendo comportar-se como um digno filho de Deus.

Em outra etapa da reunião, foi demonstrado um ensaio de cerimonial, no qual era treinado o passo de desfile muito utilizado no célebre alardo das aulas, durante o período letivo do colégio internacional Arautos do Evangelho. Assim, em pleno Curso de Férias, deu-se uma cena inédita: uma fileira de arautos, revestidos do característico traje de treinos (camisa vermelha e calça azul), entrou correndo pela passagem central do auditório e posicionou-se no palco. Depois de algumas instruções dadas por quem os comandava, foram executadas diversas movimentações e, para surpresa dos presentes, em certo momento, dois daqueles que desfilavam tiveram de ausentar-se e foram convidados voluntários da plateia para completarem os seus lugares. Dois jovens, tendo afirmado categoricamente que saberiam executar as ordens, posicionaram-se nos espaços vagos, mas, ao ouvirem a primeira voz de comando, empalideceram ao verem que se tratava de algo real e não era teatro. Sem embargo, apesar da inexperiência, improvisaram muito bem e, graças à sua demonstração de coragem, acabaram por ganhar o aplauso dos assistentes.

Outros pontos como a maneira de vestir o hábito, o modo de arrumar a cama, a ordem dentro do armário, foram também didaticamente abordados nesse dia. A certa altura da exposição, abriu-se o telão e viram-se três camas, três armários, criados-mudos e, em pé, os arautos a quem lhes correspondiam esses móveis. Um deles tinha recém chegado ao Thabor e nada sabia a respeito do Ordo de Costumes dos Arautos do Evangelho. Por isso, o outro o instruía pormenorizadamente sobre a organização dos seus objetos pessoais. Entretanto, havia outra cama desarrumada e, mais uma vez, foram convidados alguns assistentes para cruzarem as cortinas e desempenharem a função de deixá-la em perfeita ordem. Foi um mistério se passaram ou não pela prova…

Em fim, outros momentos da vida quotidiana do Thabor fizeram-se presentes nessa abençoada manhã de Curso de Férias!

 

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara

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Aos pais destes felizes jovens

Como será um dia de meu filho no Curso de Férias dos Arautos?”, pode estar se pergunta um dos pais ou uma das privilegiadas mães cujo filho está passando estes dias com os Arautos do Evangelho, no Thabor. Por isso, às famílias destes jovens é que dedicamos especialmente o presente post.

Quando os raios do sol estão começando a dar vida às pedras da praça em frente à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, dezenas, senão centenas de jovens começam a descer de seus veículos, dirigindo-se para esse belo templo, a fim de iniciarem a sua jornada de férias com a assistência à Santa Missa.Cânticos gregorianos, Confissões, uma curta homilia por causa do tempo, Comunhão e, ao terminar a celebração, enormes fileiras conformadas pelos participantes do Curso caminham em direção ao auditório, ao som da banda do Thabor, a qual faz soar variadas sequências de marchas, com ritmos próprios a despertar a vitalidade e ânimo dos jovens.

Tendo chegado ao local da exposição, dispõem-se ordenadamente por grupos, conforme a nação ou a cidade à qual cada um deles pertence, e começa, com uma breve prece e às 10:00 hs, em ponto, a esperada exposição cujo tema é sempre uma incógnita. A respeito das matérias tratadas a cada dia, os leitores já têm à disposição, neste blog, uma boa quantidade de posts. Ainda estamos por compartir-lhes outros, mas primeiro queríamos satisfazer a apetência de muitas mães e pais de família que querem ver, nas fotografias, seus filhos participando do Curso de Férias. Sem embargo, quando menos esperem, pode acontecer que um dos participantes seja convidado a fazer parte de alguma encenação…

Às 11:15 hs, há um intervalo de 45 minutos, no qual todos, além de tomarem lanche, podem trocar as impressões que lhes causaram as belas cenas observadas, ao longo da reunião. Com o toque do carrilhão da Basílica ao meio dia, retoma a segunda parte da exposição, a qual irá finalizar entre 1:15 e 1:30 hs. Nesse momento da partida, o som das incontáveis vozes que comentam as graças recebidas em mais um dia de Curso, parece tomar todo o Thabor e, aos poucos, esse forte murmúrio vai diminuindo, diminuindo cada vez mais… Até que o último veículo lotado jovens deixa o Thabor. No dia seguinte, reencontrar-nos-emos novamente, com mil surpresas e inéditos comentários nestes abençoados momentos de Curso de Férias.

Todos os participantes querem calorosamente cumprimentar seus pais, aqueles que por algum motivo não puderam vir e todos os que, de certa maneira, estão nos acompanhando pelo blog thabor. arautos.org

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López

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Um Cardeal e três Bispos no palco; e dessa vez eram de verdade!

Nesta sexta-feira, último dia das apresentações teatrais, o Curso de Férias  recebeu uma visita importantíssima: o Cardeal, Arcebispo de Madrid, D. Antonio María Rouco Varela, acompanhado de um dos seus Bispos auxiliares, D. Fidel Herráez Vegas, do Bispo de Lugo, D. Alfonso Carrasco Rouco, seu sobrinho,  e do Bispo auxiliar de Getafe, D. José Rico Pavés.

Chegaram ao Thabor por volta de 13:00 hs, em pleno andamento da cena final da programação. A honrosa visita dirigiu-se ao palco, donde dirigiu umas emotivas palavras aos 750 jovens que se apinhavam no auditório, surpresos pela inesperada aparição de tão eminente autoridade eclesiástica. O Cardeal Rouco iniciou falando sobre a importância da santidade para aqueles que têm a missão de serem Arautos do Evangelho, ou seja, mensageiros de Jesus Cristo.

Depois, convidou os ouvintes a levantarem o braço conforme ele chamasse o país da sua respectiva procedência. Evidentemente, o número de brasileiros superou as demais nacionalidades ali presentes. Para finalizar, animadamente e com a vitalidade característica do povo espanhol, D. Antonio María entoou algumas músicas, tanto em castelhano como em português, sendo acompanhado por todos e, inclusive, pela orquestra do Curso de Férias.

O Cardeal, a seguir, visitou a Basílica de Nossa Senhora do Rosário com toda a comitiva que o acompanhava e, às 14:00 hs, foi-lhes servido um almoço bastante apetitoso, preparado com esmero pelos dedicados cozinheiros do Thabor, para tão importantes prelados.

 

Pouco mais tarde, às 5:45, houve uma solene celebração eucarística na qual todos os Bispos e Sacerdotes, concelebraram com Sua Eminência, na Basílica.

Terminada a Santa Missa, houve um acolhedor jantar, em agradecimento pela honra concedida aos Arautos de Evangelho do Thabor, de receberem, durante esse dia, tão importante visita, cujo destino final é a Jornada Mundial da Juventude que iniciará na próxima segunda-feira.

 

 

TEXTO: Sebastián Correa Velásquez

FOTOS: Alejandro López Vergara

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O pão nosso de cada dia nos dai hoje!

Sem o alimento não é possível a vida! Caso ele venha a faltar-nos, logo nos acometem debilidade e doenças, quando não a morte. Também é assim a nossa alma, cujo “alimento” é a oração. Se esta é abandonada, não tarda a vontade em enfraquecer-se, cedendo lugar às enfermidades do pecado, fazendo-se necessária a medicina espiritual da Confissão. Ora, quanto empenho dedicamos diariamente ao corpo, a fim de não o vermos fenecer! Por que não havemos de cuidar com igual esmero daquela que é imortal e a parte mais importante do nosso ser? Sem a oração não é possível a vida eterna, por isso, “bem sabe viver, quem sabe rezar bem”.

Em anterior post tivemos a oportunidade de considerar as três primeiras petições do Pai Nosso. Continuando a sequência das súplicas dessa perfeitíssima oração, vejamos como foi apresentada cada uma delas na terça-feira desta semana de Curso de Férias.

Antes, é preciso dizer: até no lanche, esses jovens aprenderam o que quer dizer a quarta súplica do Pai Nosso:

“O pão nosso de cada dia nos dai hoje” – Nesta súplica, não pedimos somente o pão que um dia fenece, ou seja, os meios necessários para o nosso sustento material, mas, uma vez que devemos praticar a virtude da Justiça, cumprindo em tudo a vontade de Deus, só o conseguiremos por meio da assistência diária da sua Divina Graça, especialmente quando recebemos o “nosso” Pão da Vida: a Sagrada Eucaristia.

5o “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” Imploramos a Deus perdão por todas as ocasiões nas quais trocamos a sua amizade pelo amor desregrado a alguma criatura, cometendo algum pecado. E, como penhor para sermos atendidos, oferecemos-Lhe o sacrifício do nosso orgulho, perdoando aqueles a quem Ele mesmo está disposto a perdoar.

Uma das cenas mais tocantes do Curso de Férias, até agora, foi uma que versou sobre o perdão. Perdoar um amigo é belo, mas o perdão que desce do alto, o perdão de um pai tem um pulchrum monumental. As figuras do filho pródigo e do bondoso pai que perdoa a sua infidelidade fizeram-se presentes no palco. Essa narração contida no Santo Evangelho “é uma parábola de emocionar, porque tem um luxo de detalhes que só mesmo a Sabedoria Divina poderia conceber. Uma parábola célebre! Uma das mais belas parábolas que Nosso Senhor tenha criado!”.

Dispensamo-nos aqui de contá-la, pois, além de ser muito conhecida, a qualquer momento os leitores podem ter acesso a ela no Evangelho (Cf. Lc 15, 11-31). Queremos apenas apresentar-lhes os personagens:

O filho pródigo que pede a herança para desperdiçá-la em prazeres, mas que, tempo depois retorna arrependido.

O bondoso pai que, diante da hostilidade do filho, tem de dar-lhe parte da sua herança, mas depois o acolhe novamente com enorme alegria.

O filho mais velho que ficou cheio de inveja diante da paternal acolhida de seu irmão arrependido.

O dono dos porcos que dá emprego ao jovem, quando ficou relegado à miséria de se alimentar das bolotas desses animais.

6o “E não nos deixeis cair em tentação” – Tendo reconhecido a nossa debilidade, pedimos a Deus a fortaleza necessária para não ofendê-Lo nunca mais e que a vitória sobre as tentações aumente a nossa firmeza no bem.

7o “Mas livrai-nos do mal” – A Oração do Senhor encerra-se com uma cláusula que nos recorda não ter nenhum poder sobre nós o Maligno, se não lhe é dada uma permissão do alto. E são precisamente os nossos pecados os que arrancam essa autorização divina, pela qual Deus permite o sermos castigados pelo demônio, com tentações e tormentos, os quais também servem para pagarmos parte da pena devida às nossas faltas. Por isso, nesta súplica, pedimos também o ser libertos do pecado, a fim de que o autor do mal não possa jamais nos prender com os seus laços.

Essas duas últimas petições do Pai Nosso foram encenadas num atraente teatro da vida cotidiano de um grupo de estudantes, das mais variadas índoles: responsáveis, preguiçoso, briguentos etc. Numa sala de trabalhos, além dos jovens, fazem-se presentes dois espíritos, invisíveis na vida real: um anjo e um demônio. O primeiro incentivava concórdia, bom trato, responsabilidade, pensamentos puros naqueles estudantes. O segundo, pelo contrário, incitava discórdia, brutalidade, irresponsabilidade, maus pensamentos nas mentes dos jovens. E, graças à oração, esses que eram perturbados pelo demônio conseguiram vencer a tentação e viram-se livres do mal.

Desse belo segundo dia do Curso de Férias, todos os presentes puderam sair do auditório com uma verdade gravada no fundo da alma: Quem conforma a sua vida segundo os princípios contidos no Pai Nosso é um perfeito cristão! Esperemos, pois, que não passe um dia da nossa existência sem o recitarmos. O Pai Nosso já nos acompanha desde o começo da nossa caminhada rumo à salvação, quando no Batismo os nossos padrinhos o rezaram, e será ele que nos despedirá deste mundo, quando o sacerdote o recitar, enquanto o nosso corpo desce para a sua última morada.

 

Fotos: Thiago Tamura Nogueira e Alejandro López Vergara

Texto: Sebastián Correa Velásquez

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Segundo dia do Curso: O criptograma de Pompeia

Ano 79 d.C., doze anos depois da morte de São Pedro, em Roma, a cidade de Pompéia foi destruída por violento vulcão. O Vesúvio deu a conhecer a sua fúria, ao detonar em terrível erupção, ejetando tamanha quantidade de detritos, cinzas e lava que acabou por sepultar no “eterno” esquecimento esse povoado romano do sul da Itália.

“Eterno” de fato teria sido o seu esquecimento se um grupo de arqueólogos não tivesse descoberto o sistema para “ressuscitar”, em pleno século XX, a figura dessa cidade subterrânea, conservada intacta, como que mumificada, por obra da imensa quantidade de cinzas vulcânicas que no passado a tinham soterrado.

Sim, eles desenterraram Pompéia e, coisa mais incrível ainda, os corpos das pessoas atingidas pela calamidade, antes de se decomporem, tinham servido de molde para aquele “gesso” natural, fruto das cinzas vulcânicas, elaborar verdadeiras máscaras mortuárias e, mais ainda, configurar incríveis siluetas do corpo inteiro desses cadáveres, na posição em que as desventuradas pessoas se encontravam ao ser atingidas pela calamidade.

Mas, como preencher essas formas, a fim de recompor as dramáticas cenas? Os competentes arqueólogos utilizaram grande quantidade de cimento para, meticulosamente, injetá-lo nos valiosos e delicados moldes, obtendo assim, depois de árduo e prolongado trabalho, a recomposição de uma cena dramática: a antiga cidade de Pompéia sendo atingida pela erupção do Vesúvio.

Inacreditável ainda foi o fato de os arqueólogos conseguirem recompor, além dos corpos das pessoas, também as localidades nas quais elas se encontravam. Ora, em alguns desses antigos muros, havia uma inscrição misteriosamente que muito chamou a atenção dos estudiosos:

SATOR

AREPO

TENET

OPERA

ROTAS

Este curioso criptograma já tinha sido encontrado antes em outros lugares. Mas a restauração de Pompéia permitiu saber a sua antiqüíssima datação. Da Inglaterra ao Egito, e até na Pérsia, tão misteriosa inscrição do primeiro século do Cristianismo também aparecia registrada em diversas moradias cristãs, dessa vasta extensão do Império Romano.

Mas, que relação podem ter essas quatro estranhas palavras – que lidas em qualquer direção conservam o seu sentido – com o tema de nosso segundo dia do Curso de Férias?

Convido-o a descobrir o enigma escondido nesse criptograma, o qual, durante muito tempo, resistiu aos esforços dos entendidos para interpretá-lo. Aguarde um próximo post.

A Igreja, durante os primeiros séculos da sua existência, teve de transmitir de modo cauteloso a oração ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo, pois, tanto nas sinagogas quanto entre os pagãos, chamar a Deus de Pai era uma doutrina inaceitável. Essa hostilidade foi comprovada pelo próprio Divino Mestre, quando os seus inimigos “procuravam, com maior ardor, tirar-Lhe a vida, porque […] afirmava que Deus era seu Pai” (Jo 5, 18).

Assim, o Pai Nosso tornou-se um verdadeiro sinal de identificação, o primeiro símbolo da Fé, por meio do qual alguém podia ser reconhecido cristão, nessa época de perseguições. E, até hoje, nas palavras prévias à sua recitação durante a Santa Missa, transparece esse caráter de proclamação de uma verdade que fora impugnada pelo mundo: “obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer”.

A Oração do Senhor, ou Dominical (do latim Dominus), é a prece perfeita. Ela é um “resumo de todo o Evangelho” (Tertuliano, De oratione, I, 6), e serviu de guia para a piedade dos católicos de todos os tempos. “Não há nenhum aspecto das nossas preces ou orações que não esteja compreendido nesse compêndio da doutrina celestial” (São Cipriano. De oratione dominica. 9). Por isso, neste segundo dia do Curso de Férias dos Arautos do Evangelho, foram contempladas em pormenores os tesouros dessa incomensurável dádiva que nosso Divino Redentor quis nos deixar, a única oração composta diretamente pelo seus divinos lábios: O Pai Nosso.

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Um dia impregnado de oração

A oração grande e seguro meio de salvação. Já tivemos a oportunidade de dar-lhes a conhecer, por meio deste blog, o curioso repórter do dia de ontem (ver matéria publica em 15 jul. 2013). Agora queríamos apresentar-lhes outras personagens, cujas encenações foram transbordantes de ensinamentos, aumentando a compenetração dos 750 jovens assistentes. Todos os teatros visavam inculcar a necessidade da oração e dar a conhecer as condições indispensáveis para que ela obtenha eficazmente o que é pedido.

Após o repórter, a figura de São Bernardo se fez presente no palco. Em meio a um ofício que cantava com os monges de seu mosteiro, quatro espíritos angélicos apareceram ao santo abade, posicionando-se cada um atrás de dois dos religiosos. O primeiro Anjo registrava em letras de ouro as orações dos que rezavam com fervor. O segundo, o fazia com letras de prata, pois, outros monges rezavam, é verdade, mas sem piedade suficiente. O terceiro espírito angélico escrevia com tinta as orações distraídas e medíocres de outros que ali se encontravam. E o último anjo não escrevia nada, pois havia religiosos que tristemente não rezavam, pensavam em outras coisas, queriam logo retirar-se para tocar serviços práticos…

Outra cena do Curso muito formativa foi a respeito de um grupo de mendigos, acampados numa praça, os quais passavam ali a sua vida, sustentados por meio de esmolas e carregando tristemente as suas penas, tanto as do corpo quanto as da alma. Em certo horário do dia, costumava passar por esse local o bondoso São Martinho de Tours acompanhado por alguns fiéis. Um dos pobres inquilinos, recém chegado nesse dormitório público, ficou desnorteado ao ver a atitude dos mendigos quando o santo Bispo se aproximava. Mesmo os cegos saíram correndo a toda velocidade, ajudados pelos que eram mancos e assim, ajuda-se mutuamente, em pouco tempo essa turma de estropiados esvaziou a praça.

Quando, há muita distância, viram que São Martinho já se retirara, retornaram aos costumeiros postos donde ostentavam as suas deficiências aos viandantes, pronunciando o famoso: “uma esmola, por favor!”. O desventurado novato na arte de mendigar, não entendendo nada do que se passara, perguntou insistentemente por que tomar tão estranha atitude, diante de um Bispo tão bondoso que poderia lhes ajudar? O chefe da turma de mendigos que, por certo, era cego de olhos e de coração, respondeu carregado de ira: “Por que Martinho é um taumaturgo que pode nos curar dos nossos males! É precisamente isso que não queremos! Somos errados e determinamos continuar assim, a vida inteira! Não queremos trabalhar nem ser libertos das nossas doenças!”.

Essa é realmente a atitude de todos aqueles que não querem rezar a Deus, pedindo-Lhe tudo o necessário, pois temos um Pai Onipotente disposto a curar-nos de todas as doenças espirituais. Inclusive, Ele está disposto a conceder-nos curas corporais e outros favores materiais, caso não prejudiquem a salvação eterna da nossa alma, pois essa é a finalidade última de nosso existir.

Texto: Sebastián Correa Velásquez

Fotos: Alejandro López Vergara e Thiago Tamura

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Curso de Férias 2013!

São João Bosco, um dos maiores formadores da juventude de todos os tempos, ensinava que mente vazia é oficina do diabo. Considerando essa tão sapiencial verdade os Arautos do Evangelho promovem, nos dois períodos anuais de férias, programas de formação doutrinária em que se incluem encenações teatrais. Força, energia, ênfase e resolução: essas quatro palavras muito bem sintetizam as disposições que se fazem sentir nos participantes de tais programas.

O tema do próximo “curso de férias”, assim chamado, não será anunciado nesta notícia, já que para os participantes ainda é um “segredo”. Fica então feito aos leitores deste blog um convite para visitá-lo novamente, nos próximos dias.

Os preparativos para o curso de férias já começaram. Eles não são poucos, pois, entre outros personagens, se fará presente o príncipe Miguel, de meados do século XVIII, além de Eleazar (grande personagem do antigo testamento), São Bernardo (o Doutor Melífluo), o grande São Domingos (fundador da ordem dos Dominicanos), e muitos outros. Eles permitirão entender como se aplicam ao presente as palavras de Santo Agostinho: “não é um mundo que está morrendo, mas um novo mundo que está nascendo”.

Não percam os posts desse evento, que se iniciará em 15 de julho corrente e findará no dia 20.

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A batalha de todos os dias: 5º dia curso de férias

navegadores

“Somos fortalecidos pelo Santo Sacrifício da  Missa  para enfretarmos a batalha de todos os dias: A batalha da prática da virtude”.[1]

Esta batalha foi simbolizada no 5º dia do curso de férias com encenações teatrais apresentando fatos heróicos de grandes navegadores cristãos.


[1]Diác Felipe Pascoal, durante exposição sobre “A Santa Missa”, no quinto dia do Curso de férias

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Jantar de domingo, parte II: por essa eu não esperava

aquela-dali-por-favorOs doze primeiros dias de setembro foram suficientes para as estatísticas registrarem 2.400 visitas neste blog. Dentre os posts mais visitados destacou-se o jantar de domingo: está servido? Realmente eu não esperava tanto movimento assim.

Mas o que eu não esperava mesmo foi a visita do  Emmo. Sr. Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, aqui no Thabor!

Isto mesmo, Dom Odilo participou do jantar de domingo com todos os Arautos. À mesa com o Arcebispo estava Mons. João Clá, alguns convidados da Canção Nova e outros membros Arautos.

 

calice

 

No término do jantar, Monsenhor João disse algumas palavras de agradecimento pela visita do Cardeal e aproveitando a ocasião, presenteou antecipadamente a Dom Odilo com um cálice pelo seu sexagésimo aniversário que será no próximo dia 21. No cálice está o escudo do Cardeal, fato que o agradou muito. Os Arautos, portanto, foram os primeiros a homenagear o Arcebispo de São Paulo.

 

 

dom-odiloLogo em seguida, Dom Odilo proferiu breves palavras dotadas de ensinamentos. Transmito com exclusividade: Primeiro o Cardeal declarou ter um desejo de voltar ao Thabor para visitar Monsenhor João Clá e provar nossa pizza, pois “a pizza do Thabor é muito conhecida na arquidiocese.” – Não será que o Cardeal viu nosso blog? – “a pizza estava muito saborosa, parabéns ao time que executou este trabalho.” (referindo-se aos Arautos pizzaiolos) Ainda disse que ficou muito contente com a convivência alegre, num ambiente descontraído.

 

 

pizza-1Comentou que não esperava a surpresa dada por Monsenhor e prometeu rezar sempre pelos Arautos na hora da elevação do cálice.

 Dom Odilo, após entoar a Salve Regina como oração final, dirigiu-se para a cozinha e ali falou pessoalmente com os nossos pizzaiolos. Lá dentro, o capitão do time disse para Sua Eminência que a presença cardinalícia deu mais entusiamo às pessoas, foram feitos 35 kilos de massa e 200 discos de pizza! O Cardeal respondeu que nenhuma pizzaria faz um trabalho de qualidade como este.

 Ainda antes de partir, Dom Odilo deu uma rápida entrevista para a TV Arautos. Esta entrevista será posta em breve neste blog.

Afinal, Sua Eminência quando ler o post vai gostar de ver que no Thabor, além de fazerem uma pizza saborosíssima, também escrevem textos “deliciosos”…

 Assim, terminou mais um jantar de domingo no Thabor. Qual será a surpresa da próxima semana?

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Reunião de pais

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Um convívio animado

A manhã do dia 12 de setembro, sábado, estava radiante no Thabor, proporcionando um ambiente perfeito para a Reunião de pais e mestres do Colégio Arautos do Evangelho. Aliás, este evento não é apenas uma reunião, ele é quase uma cerimônia.

O ato começou com uma Missa solene, presidida pelo Rev. Pe. Mauro Sérgio e concelebrada pelo Rev. Pe. David Rithie, diretor do Colégio. A execução musical ficou a cargo do coro e banda do Colégio sob a regência do Maestro Prof. Cláudio Stephan.

Após o término da Santa Missa, a Coordenadora pedagógica, Profª Sra. Deise Pegoraro, explicou os próximos projetos, dificuldades e alegrias ocorridas no Colégio.

 

coro1

Depois de sábias palavras proferidas, realizou-se a entrega de boletins e atendimento aos professores.

Contudo, o momento mais intenso de convívio entre os pais, alunos e professores deu-se na confraternização – lanche -. Esta ocasião é muito importante para os pais, sobretudo para aqueles que vieram de fora de São Paulo, como Joinville, Pernambuco, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, etc. A reunião de pais, portanto, foi mais um inesquecível momento de convívio entre todos, contribuindo para estreitar as relações entre os pais, os professores e os alunos.

No fim do ano escreverei sobre a formatura 2009, aguardem!

diversos21

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Um coro está dando o que falar…

 

an= a1.qn-1     E= m.c2       Q= m.c.∆q     Fr= m.a   V= Vo+a.t                                                                                      

Embora no título apareça a palavra coro, Certamente o leitor não pensou que estas fórmulas científicas acima fossem uma partitura. Elas são a matéria de estudos do 2º ano neste semestre. Exigem um esforço mental muito grande, especialmente por serem abstratas. E é sabido a importância de um descanso após longos períodos de atividades mentais.

 Nesse sentido, alguns membros do coro oficial do Thabor pertencentes ao 2º ano, empenharam-se numa atividade especial. Esta atividade porém, deu o que falar…

coro-centro

Os mencionados membros estimularam os demais alunos da sala a formarem um coro, intitulado de São Jerônimo. Deste modo, os já experientes ajudavam nas noções de afinação, compasso, ritmo, etc., até um bom nível de perfeição.

 Assim, a cada intervalo de aula, o coro São Jerônimo treinava melodias polifônicas. Desde então, muitos perguntavam: “Quem está cantando? Que coro é este?” A notícia chegou na sala dos professores. E estes, sabendo do fato, começaram a solicitar músicas no começo de cada aula.

coro-esquerda1

 Agora, o 2º ano sempre reza duas Ave-Marias para começar a aula. Antes o costume era apenas uma, mas com o cântico da Ave-Maria (3 vozes) eles rezam duas vezes…

coro-direita

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