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Artigo da semana: Quem foi ele?

Por Matheus Massaki, 1º ano de filosofia, extraído do jornal estudantil chez nous

voltaireO personagem que mais personificou o espírito filosófico do século XVIII foi Voltaire.

Nascido em 1694, desde jovem seu caráter foi marcado pela libertinagem. Os seus professores assustavam-se com a sua inteligência e vivacidade, através das quais soube conquistar muitas simpatias.

Entretanto, ele fervia de ódio à monarquia e sobretudo à Religião. Muitas de suas obras foram feitas para desprestigiar a Igreja e afastar o Ancien Régime dos princípios católicos que o regiam. E assim como São Paulo dizia: “Irmãos em Jesus Cristo”, Voltaire escrevia: “eu amo apaixonadamente meus irmãos em Belzebu” e afirmou ainda a seus companheiros: “Estou cansado de ouvir repetir que doze homens foram suficientes para estabelecer o Cristianismo, e desejo provar que basta apenas um para destruí-lo”. Tal era o seu ódio que, ao se referir à Igreja, escrevia “a infame”, sempre terminando suas cartas com esta expressão “Écrasez l’Infâme” –  “esmagai a infame”

Sua primeira peça chamada “Édipo” era tão ofensiva à pureza que os atores não a queriam representar, mas por fim acabaram cedendo, e foi um escandaloso sucesso.  Nela Voltaire declarou expressamente que o poder dos Reis era uma falsidade e que os Padres eram enganadores do povo. No fim da apresentação ele não pôde impedir-se de subir ao palco, onde fazia piruetas e não titubeou em fazer uma paródia, vestindo um manto de Sumo Sacerdote em meio a debiques…

Um de seus poemas mais difundidos foi “La Pucelle”, no qual lançava as piores calúnias contra Santa Joana d’Arc. Ridicularizava a virgindade, o patriotismo e o martírio.

Voltaire sabia também estimular as más tendências das almas de modo sutil, afastando-as dos antigos princípios morais sem impressionar e chocar. Muitos o idolatravam e estremeciam ao vê-lo. As cortes recebiam-no honorificamente. Esse prestígio favoreceu a difusão de suas obras literárias, as quais fazendo esmorecer a fé, prepararam um ambiente propício às idéias da Revolução Francesa.

Em 1778, preparou-se um regresso triunfal de Voltaire a Paris, pois faziam 28 anos que ele não visitava a capital francesa. Foi recebido como se fora um deus.

Os nobres e as damas se disfarçaram de lacaio para servi-lo ou ao menos ganhar um olhar dele. Conta-nos Weiss que um senhor acompanhado de seu neto, ajoelharam-se diante de Voltaire, e este pondo solenemente sobre a cabeça do menino disse: “Deus! Liberdade! Tolerância!”.

Em sua última visita ao teatro, Voltaire compareceu numa rica carruagem, mas esta mal conseguia mover-se, pois uma multidão apinhava-se em torno do carro, tentando olhar o “homem do século”, ou ao menos conseguir oscular um dos seus cavalos…

Terminado o ato, uma atriz coroou um busto de Voltaire feito de mármore e, seguida de todos os atores, osculou-o.

 Em 1778 após dois meses dessa glorificação faleceu. Uma testemunha dos momentos de sua agonia assim referiu: “Se um demônio morresse, morreria assim!”. Seu corpo foi sepultado no Pantheón. E o seu coração se encontra na Biblioteca Nacional de Paris com a seguinte inscrição: “Seu coração está aqui, seu espírito por todas as partes”.

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